Esse não foi um mês de muitas leituras, mas eu li algumas coisas
bastante interessantes, incluindo alguns clássicos. Dentre eles, 1984 do George
Orwell, que se mostro uma distopia bastante interessante, mas assustadoramente
realizável. Eu separei alguns trechos que se mostraram bastante reais pra mim:
“Dia a dia e quase minuto a minuto o passado era atualizado. Desse modo
era possível comprovar com evidências documentais que todas as previsões feitas
pelo Partido haviam sido acertadas; sendo que, simultaneamente, todo vestígio
de notícia ou manifestação de opinião conflitante com as necessidades do
momento eram eliminados. A história não passava de um palimpsesto, raspado e
reescrito.”
“O que sabia sem sombra de dúvida era que todos os trimestres uma
quantidade astronômica de botas era produzida no papel, enquanto possivelmente
metade da população de Oceânia andava descalça pelas ruas. E assim acontecia
com todos os tipos de fatos documentados, importantes ou não. Tudo ia
empalidecendo num mundo de sombras em que, por fim, até mesmo o ano em que
estavam se tornava incerto.”
“Claro, era possível imaginar uma sociedade na qual a riqueza, no sentido de bens e luxos pessoais, fosse distribuída equitativamente, enquanto o poder permanecia nas mãos de uma pequena casta privilegiada. Na prática, porém, uma sociedade desse tipo não poderia permanecer estável por muito tempo. Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada não tinha função nenhuma e acabaria com ela.”
“Claro, era possível imaginar uma sociedade na qual a riqueza, no sentido de bens e luxos pessoais, fosse distribuída equitativamente, enquanto o poder permanecia nas mãos de uma pequena casta privilegiada. Na prática, porém, uma sociedade desse tipo não poderia permanecer estável por muito tempo. Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada não tinha função nenhuma e acabaria com ela.”
“Deus é poder. Mas, por enquanto, no que diz respeito, poder não
é mais do que uma palavra. Já está na hora de você ter uma idéia do que significa
poder. A primeira coisa que precisa entender é que o poder é um coletivo. O indivíduo
só consegue poder na medida em que deixa de ser um indivíduo. Você conhece o
lema do Partido: “Liberdade é Escravidão”. Nunca se deu conta de que a frase é
reversível? Escravidão é liberdade. Sozinho – livre – o ser humano sempre será
derrotado. Assim tende ser, porque todo ser humano está condenado a morrer, o
que é o maior de todos os fracassos. Mas se ele atingir a submissão total e
completa, se conseguir abandonar sua própria identidade, se conseguir fundir-se
com o Partido a ponto de ser o Partido, então será todo poderoso e imortal. A segunda
coisa que você deve entender é que poder é poder sobre os seres humanos. Sobre os
corpos – mas, acima de tudo, sobre as mentes.”
“Seja qual for a opinião que as massas adotam ou deixam de
adotar, essa opinião só merece indiferença. As massas só podem desfrutar de
liberdade intelectual porque carecem de intelecto.”
No mais, segue a lista de maio:
-A Carta Secreta - Lucinda Riley
-1984 - George Orwell - Kindle
-O Último dos Moicanos - James Fenimore Cooper
-Iaiá Garcia - Machado de Assis
-A Rede de Alice - Kate Quinn
-Jude, o Obscuro - Thomas Hardy
-O Livro das Listas - Renato Russo - Kindle
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