sexta-feira, 12 de março de 2021

LIVRO - MULHERES SEM NOME

Não é segredo que eu adoro livros que têm como cenário a Segunda Guerra Mundial. Claro que são todas histórias muito tristes e revoltantes, mas são sempre muito enriquecedoras. Acho muito incrível como tantas histórias surgiram naquele caos e esse livro, que nos traz um fato real com personagens reais, é um belo exemplo.

A autora irá nos apresentar a três mulheres: a americana Caroline, a polonesa Kasia e a alemã Hertha. E a histórica começa em 1939, bem no início da guerra e se estende até quase 1960, de modo que a gente consegue ter um panorama completo sobre tudo o que aconteceu com as três, sem ficar com aquele gostinho de “quero mais”!

Muito bem. Caroline é uma filantropa, solteirona, de seus quase 40 anos que, apesar de pertencer a alta sociedade americana, ela e sua mãe dedicam-se a ajudar o próximo. Ela trabalha na embaixada francesa e, no começo, ela tem como principal mote o auxílio aos órfãos franceses e a ajuda com a concessão de vistos aos refugiados.

Kasia é uma polonesa classe média, pertencente à resistência que, logo no começo da guerra, é enviada junto com sua mãe e irmã à Ravensbrük, o terrível e temido campo de concentração alemão para mulheres. Lá, assim como todas as outras prisioneiras, ela sofrerá grandes provações, mas o que a torna especial é o fato de que ela e a irmã Zuzanna foram cobaias de experiências nazistas, as chamadas “coelhas”.

Por fim, temos Hertha, aquela personagem que você odeia do início ao fim. Médica alemã, ela vai trabalhar em Ravensbrük e será uma das responsáveis pelas atrocidades praticadas às prisioneiras, inclusive em Kasia e sua irmã.

Daqui para frente, haverá spoilers, não tem jeito!!! Para quem quer parar por aqui, eu digo que a vida das três irá se cruzar na segunda parte do livro.

Com o fim da guerra, Kasia e sua irmã conseguem ser liberadas do campo, mas suas vidas estão destroçadas e seus corpos, minados e cheios de cicatrizes das experiências a que foram submetidas. Elas vão para suas casas e tentam seguir com suas vidas, não obstante a Polônia, liberada de Hitler, tenha ganho um novo opressor: Stalin.

Hertha vai ser submetida ao Tribunal de Nuremberg e ser condenada a alguns anos de prisão, após os quais, poderá exercer livremente sua profissão, o que para alguém que sofreu com as atrocidades por ela praticadas, é mais do que um ultraje. Então, claro que as coelhas farão de tudo para impedir isso.

Por fim, temos a maravilhosa Caroline, que vai tomar a causa das “coelhas” como o mote de sua vida! Com sua influência e anos de experiência, ela consegue levar as polonesas para tratamento nos EUA, recuperando não só a alta estima dessas mulheres, como também a razão de viver. E claro que Caroline e Kasia se tornarão grandes aliadas e amigas e investirão com tudo na causa contra aqueles que foram tão cruéis durante o regime.

O livro é maravilhoso e você não consegue parar de ler! Queria dizer que gostaria de ter sido amiga de Caroline, essa mulher maravilhosa que realmente existiu e dedicou sua vida na causa do próximo.

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