terça-feira, 26 de novembro de 2019

VIAGEM - DIA 08 - VENEZA

eu que tirei essa foto. não ficou linda??

No último post eu dei um spoiler sobre esse 8º dia de viagem, que começou com muita emoção. No dia anterior, eu cheguei esbaforida em Pula, larguei minhas coisas no quarto e fui explorar a cidade. Em cima da mesa do quarto havia uma pasta cheia de instruções para o uso de diversas coisas, como o ar condicionado, o serviço de quarto e.... o cofre! Mas é claro que não li nem quando cheguei e nem quando eu voltei pro hotel... e a verdade é que eu simplesmente joguei meu dinheiro e o passaporte dentro do cofre, inventei uma senha, como sempre faço, e pronto!

Só que eu não sabia que, além da senha, eu precisava ter a chave de segurança, que é fornecida pela recepção do hotel. O problema é que quando eu me dei conta desse perrengue, já eram mais de 21hs e a recepção já estava fechada. Essa é uma questão que, até então, não tinha me trazido nenhum problema nos hotéis em que eu tinha ficado, mas nesse caso, quase foi fatal, porque simplesmente tranquei as coisas mais importantes da minha vida e não poderia contar com qualquer auxílio naquele momento. Resolvi dormir, não pensar mais no assunto e, no dia seguinte, acordar no horário determinado e torcer para algum funcionário chegar antes das 7:00hs. Ah, só para esclarecer e deixar o meu relato mais apimentado: meu barco para Veneza estava programado para sair exatamente às 7:00hs!!!!

Bem, claro que nenhum funcionário chegou antes do horário marcado para iniciar a labuta diária e claro que eu já estava num nível de estresse antes das 7:00hs da manhã do dia 15 que em determinado momento eu simplesmente sentei no sofá da recepção e coloquei na minha cabeça que não era daquela vez que eu conheceria Veneza, teria que ficar para uma próxima... sério, eu já tinha desanimado...

Pois bem, a recepcionista chegou às 7:03hs, eu contei a história da minha vida em inglês (super fácil) da forma mais editada que eu consegui, peguei a chave, subi voando, peguei minhas coisas no cofre e desci em direção ao píer numa velocidade surreal. A sorte é que, a pé (e numa velocidade normal), as docas ficam a apenas 10 minutos do hotel. Na velocidade que eu estava, acho que não deu nem 5 minutos! E para a minha sorte ainda maior, o barco estava atrasado e ainda havia uma fila considerável de passageiros a passar pela inspeção. Ufa!!! Eu iria para Veneza!!!

O barco saiu em torno de 7:35hs e eu só consegui um lugar no catamarã bem no meio. Bom, pelo menos eu estava lá dentro, não? Como tenho problemas com mar e claustrofobia (pessoa bem normal), acabei tomando um antialérgico com o objetivo de dormir – e deu super certo! Mas, quando atracamos no porto e eu achei que simplesmente desceríamos para dar início à minha aventura, a verdade é que o barco ficou um tempão parado sem que ninguém pudesse descer. Alguma coisa relacionada à quantidade de navios e outras embarcações que chegam diariamente à cidade e a consequente incapacidade da imigração em atender a tanta demanda. Foi bem chato!

Uns 40 minutos depois (juro!), consegui descer, e após esperar numa fila interminável, dentro de um grande galpão quente e sem ventilação suficiente para dar conta de tanta gente, finalmente estava em Veneza e livre para explorar a cidade. O calor estava enorme, mas eu estava disposta a aproveitar o máximo possível daquele lugar, afinal, minha expectativa estava bem grande, havia aguardado bastante por aquele momento.

O que eu posso dizer é que, apesar de apinhado de turistas e de estar um calor infernal, a cidade se destaca pela sua imponência e riqueza. Os monumentos, as igrejas, praças... é tudo MUITO. Ostentação é a apalavra que define Veneza. E claro, é uma cidade extremamente fotogênica, porque as pontes, os canais e as vielinhas são muito diferentes de tudo o que eu já havia visto em outras cidades europeias. Tudo muito lindo, muito antigo e cheio de história. Há zilhões de lojinhas e restaurantes, becos e, é claro, a marina, que é lindíssima.
A única coisa que me deixou um pouco surpresa foi a dificuldade de locomoção pela cidade. Ela é formada por labirintos de ruas super estreitas e vielinhas. O Google Maps pira e te leva para locais que não têm saída ou simplesmente para o sentido errado. Guarde o celular, o mapa não vai prestar! O que me ajudou foi olhar para os próprios prédios, que muitas vezes traziam placas indicativas do sentido a ser tomado para chegar nos principais pontos turísticos, como a Ponte Rialto e a Piazza San Marco. Como eu não tinha muito tempo por lá, me restava ir atrás desses pontos e, se desse tempo, flanar um pouquinho por Veneza.

Depois de umas 2 horas procurando os meus destinos, finalmente me deparei com a Ponte Rialto, que estava abarrotada de turistas em busca de uma boa foto. Como estava com uma certa urgência em encontrar a Piazza San Marco, por conta do espaço curto de tempo que teria na cidade, acabei nem aproveitando muito o ponto – que btw tem mais turistas e vendedores ambulantes do que atrativos em si.


E finalmente, depois de muita andança, encontrei a belíssima e impressionante Piazza San Marco, em todo o seu esplendor e, claro, apinhada de turistas. Como já estava tarde e nesse momento eu ia entrar nos lugares, aproveitei para almoçar por ali mesmo, um sanduiche em pé, sem glamour, mas que nem precisava, porque a vista era de encher os olhos. Finalizei a refeição com um delicioso sorvete de pistache para dar uma amenizada no calor e segui para o Palazzo Ducal, o qual já estava com ingresso comprado.

Aliás, quero fazer um adendo nessa questão antes de começar a descrever o palácio. Como já era de se esperar, e à exemplo de boa parte das atrações da Europa nessa época do ano, Veneza estava absolutamente lotada de turistas. Portanto, os monumentos visitáveis da Piazza estavam com filas assustadoramente imensas. Eu li em algum lugar que elas chegam a se prolongar por cerca de 2 horas! Agora imagine você, com pouco tempo, debaixo daquele sol, esperando entrar numa igreja, por exemplo. Então, minha dica é: saia do Brasil com todos os ingressos comprados, dá para fazer isso pela internet. É rápido, fácil e te tira de um perrengue imenso. Eu mesma, com o ingresso na mão, entrei no Palazzo Ducal direto, sem filas, sem problemas.

Voltando do adendo... resumidamente, era nesse local que funcionava a parte político-judiciária de Veneza. Ele foi construído entre os anos de 1309 e 1424 e hoje, abriga um museu lindíssimo. Nele, podemos ter uma idéia de como funcionavam as coisas naquela época, da importância da cidade para a região e também de sua riqueza. 

No primeiro andar, podemos ver os antigos escritórios de advocacia, o escritório naval e a chancelaria; no segundo andar, a câmara do conselho, de votação e os apartamentos do doge; no terceiro e último andar, era onde eram organizadas as grandes recepções e, portanto, onde podem ser encontradas as maiores e mais bonitas salas.

Todos os cômodos são muito ornamentados, com quadros enormes, desenhos nas paredes e tetos trabalhados... tudo muito lindo. Na minha opinião, a própria arquitetura do lugar já vale muito a pena. Lá, para quem estiver interessado (sempre acho que vale mencionar) há ótimos banheiros!!! E no subsolo, a antiga prisão, a qual abrange um corredor com vista para a Ponte do Suspiros, que é assim denominada porque era o último lugar que os prisioneiros avistavam antes da morte.

E o meu passeio por Veneza terminou na monumental Basílica de San Marco. E vou falar uma coisa: já tive a oportunidade de visitar muitas igrejas incríveis na minha vida, mas acho que nunca vi nada parecido em beleza e grandiosidade. A arquitetura dela é inteirinha bizantina, no período em que os mercadores venezianos, muito populares por volta do ano 1000, estiveram em Alexandria e de lá, trouxeram algumas relíquias de São Marcos Evangelista. Ela tem o aspecto baseado nas Basílicas de Santa Sofia e dos Apóstolos, ambas em Constantinopla.


A parte interna é absolutamente incrível!!! Imensa e todinha dourada. É como se ela fosse uma fusão entre o que conhecemos por igrejas católicas e ortodoxas, sabe? Foi essa a impressão que tive, já que nunca estive no Oriente Médio. Muito mármore, muita marchetaria... é tanto detalhe, que a gente fica tonto. A parte chata é que, como tem muita gente querendo entrar – mais uma vez me dei bem por causa do ingresso comprado com antecedência -, somos forçados a percorrer a igreja com um pouco mais de pressa do que o usual, sem muito tempo para apreciar os detalhes. Ah, devo dizer que as fotos tiradas foram clandestinas, porque também não são permitidas.

Uma dica: ainda que esteja fazendo um calor absurdo, não é permitido entrar na basílica com roupas curtas, decotadas ou sem mangas. Eu estava com um vestido mais comprido, mas tive que colocar um cardigã para entrar. Outra coisa: não é permitido entrar com bolsas grandes ou mochilas. Portanto, antes de entrar na fila, se prepare para não ser barrado na entrada.

E esse foi o meu dia! Gostaria de ter ficado mais tempo, para flanar pela cidade, entrar em igrejas, explorar cada cantinho, visitar os demais monumentos da Piazza San Marco... mas foi o que deu para fazer em pouco mais de 5 horas na cidade. Como a locomoção por lá é bem complicada, teria de passar novamente pela imigração italiana e o píer não ficava exatamente perto de onde eu estava, fui fazendo o caminho de volta, passando pelas lojinhas do meio do caminho, comprando souvenires e agradecendo por tudo ter dado tão certo, num dia que parecia que seria fail. E quando cheguei de volta à Pula, já estava de noite, e fui agraciada com o Coliseu todo iluminado!


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