domingo, 3 de novembro de 2019

VIAGEM - DIA 06 - LJUBLJANA 2º DIA


No meu segundo dia em Liubliana – primeiro dia inteiro -, acordei até que cedo, às 7hs. E a razão é bem simples: estava tão cansada no dia anterior, que acabei capotando às 20:30hs! Claro que, com tantas horas de descanso acumuladas, acordei mega disposta, principalmente porque estava numa cidade linda e super acolhedora. A idéia para esse segundo dia era me concentrar no castelo da cidade, que é a grande atração local e que eu sabia que ia ocupar boa parte da minha manhã.
a blusa é Shoulder e a saia é A. Niemeyer - ambas de brechó
Saí do hotel, passei no mercado de rua para comer uma fruta e, antes das 9hs – horário de abertura –, já estava na fila do funicular para subir ao castelo. Devo dizer que você não precisa pagar € 2,00 para usar o funicular se não quiser, mas adianto que a subida até o castelo é imensa e super íngreme... não acho que vale a economia! E o funicular, além de te levar até o destino em menos de 1 minuto (sim, eu cronometrei), ainda te proporciona uma vista linda da cidade. Então, deixa de ser mão de vaca e pague logo os € 2,00! Aliás, se você comprar o combinado do ingresso – como eu havia feito antecipadamente -, o funicular fica embutido no preço e tudo fica ainda mais em conta.


Muito bem. Antes de mais nada, vamos a um pouco de história, para entendermos o que estava sendo visitado. O castelo tem origem bem antiga e lá pelo século XIV, tornou-se propriedade da Família Habsburgo – quem me conhece sabe que eu sou absolutamente obcecada por eles! Nessa época, foram promovidas melhorias no local, principalmente fortificações, com vistas à proteção contra os avanços turcos na região.

Nos séculos seguintes, o castelo perdeu sua característica de fortaleza e passou a servir a cidade como armazém militar. Naquela época, a ameaça já não era mais de origem turca, mas sim, do Império Napoleônico, que se expandia por toda a Europa. E depois, já no século XIX, o castelo foi convertido como penitenciária, até virar museu, no pós Segunda Guerra Mundial. Hoje, ele também funciona como palco para eventos, além de ter restaurantes e cafés.

O local é grande e bastante interessante. Vale dizer que a estrutura do castelo permanece praticamente intacta, mas em suas salas, você não vai encontrar nenhum tipo de mobiliário. Em alguns locais, o museu montou exposições que remetem à própria história do país, desde seus primórdios até os dias de hoje. Como sou super nerd e adoro saber detalhes sobre os lugares em que visito, acabei estendendo minha estada no local por mais tempo do que, talvez, um turista normal perderia. Mas, recomendo!

Além das exposições e da própria estrutura do castelo – incluindo o lado de fora, que é incrível -, ele conta com três atrações que achei super interessantes: a torre, de onde você tem acesso a uma vista 360º incrível da cidade, a prisão, que dá uma idéia bem clara de como era estar ali nos tempos mais remotos e a capela, que é pequenina, mas muito bonita. Achei que, no geral, o local fornece uma excelente estrutura e a conservação é muito boa. Vale lembrar que, à exemplo de qualquer lugar muito turístico, é legal chegar cedo, porque depois lota de turistas e a visita acaba ficando chata.

Desci do castelo por uma das trilhas da floresta – bem íngreme, como já disse – e fiquei espantada com a quantidade de gente subindo a pé. Eu sou mão de vaca, mas isso pra mim é o fim do mundo!!! Naquele momento, eu não tinha grandes planos para a cidade, a não ser atravessar o rio e visitar o outro lado da cidade velha, como mencionei no post passado. Fiz algumas comprinhas de coisas que havia visto no dia anterior, almocei no mesmo restaurante – não se mexe em time que está ganhando !– e segui flanando pela cidade.

Do outro lado do rio, há uma porção de praças bonitas, vielinhas incríveis, edifícios maravilhosos, mas eu destaco a Praça Prešeren, que fica na frente da Igreja Franciscana – que é igualmente linda. Aliás, fique atento para o aviso na porta da igreja, porque ela tem horários específicos em que fica aberta ao público e eu quase o perdi. Pois bem, voltando à Praça, que estava em reforma, como vocês podem ver pelas fotos, ela fica exatamente do outro lado da Ponte Tripla e é uma espécie de coração da cidade.

Particularmente, gosto muito da história do Prešeren, que tem uma estátua nessa praça que leva o seu nome. Ele era um poeta que viveu no país de 1800 a 1849 e é muito querido aos locais , principalmente porque era um dos poucos que escrevia na língua eslava, ajudando a difundi-la pela Europa, e também porque é autor do hino nacional! E ele era apaixonado por uma moça, chamada Julija Primic, que foi retratada como uma espécie de anjo na estátua. A verdade é que ela nem sabia de sua existência e seu relacionamento jamais teria sido permitido, pois ela era nobre. Então, era um amor platônico! E outra curiosidade é que o Prešeren da estátua está olhando para a janela da casa da sua musa.

Pois bem. Em determinado momento, e muito mais cedo do que eu imaginava, já havia feito tudo o que tinha me proposto a fazer e passeado pela cidade umas 200 vezes. Então, acabei seguindo sentido Jardim Botânico que, de acordo com o guia, parecia promissor. Só que no meio do caminho, me deparei com casas lindíssimas, que depois descobri serem embaixadas e... com um palacete que além de belíssimo, trazia curiosas estátuas de dinossauros em seu jardim. Intrigada, fui checar e vi que se tratava do Museu Nacional da Eslovênia.

Como estava absolutamente desocupada, resolvi entrar e foi uma grata surpresa! Por lá, permaneci por quase 2 horas, admirando artigos que datam desde a ocupação romana no local, até a Idade Média. Lápides, estátuas, objetos de casa, joias, armas... muita coisa interessante. Fora que o próprio prédio em que o museu foi montado é lindíssimo e vale a visita. Por lá, também funciona o Museu de História Natural e você pode comprar o ingresso combinado ou apenas escolher qual dos dois deseja visitar. Como estava sem fazer nada, fui no combo.

Quem esteve no Museu de História Natural de NY vai achar qualquer outro pouco razoável. Mas, eu acho que ainda que não houvesse em Liubliana uma enorme quantidade de objetos ou mesmo um cenário absurdo como o colega dos EUA, o local é bastante bonitinho e interativo. Certamente vale a visita, se você tem um tempo sobrando na cidade, como eu tinha.

E esse foi o meu segundo dia. Lá pelas 17 horas, segui para o hotel e deixei minhas malas semi arrumadas, pois no dia seguinte, pegaria um ônibus para Pula, de volta à Croácia. Jantei um sanduíche comprado no mercado e saí novamente para rua, com a intenção de me despedir da cidade e ver sua beleza à noite. Fiquei na praça próxima à catedral, assisti a uma belíssima apresentação de uma violinista solo e apenas agradeci por ter conhecido essa cidade tão charmosa.


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