Viajar
para a Ásia é, sem dúvida alguma, e em muitos sentidos, um choque. Eu estava
absolutamente ciente que seria uma experiência muito diferente de tudo o que já
havia visto e que teria de estar com a mente aberta para receber todas as
informações que me seriam apresentadas. Saí do Brasil com essa questão bem
consolidada e disposta a experimentar coisas novas e sair do meu lugar seguro.
Acho que se a ideia é visitar um local com cultura e costumes tão distintos dos
nossos, temos de deixar as ideias preconcebidas e preconceitos de lado. !
cenas de Bangkok |
Então, vou contar
um pouco como foi essa experiência. Mas primeiro, acho interessante deixar
registradas algumas questões que, provavelmente, não vão se enquadrar nos
posts-diários que estão por vir.
Talling Chan Floating Market |
1. Trajeto e jetlag: O
primeiro desafio – e eu nem esperava que seria um desafio – foi com relação ao
próprio avião, ao trajeto melhor dizendo, entre São Paulo e minha primeira
parada: Bangkok. Saí daqui numa sexta-feira, às 20hs, fiz uma primeira escala
em Johanesburg, uma segunda escala em Dubai – onde encontrei meu irmão e minha
cunhada – e, por fim, cheguei em Bangkok no domingo pela manhã.
Esse trajeto, por
certo, além de ser exaustivo, porque envolve muitas horas e momentos de
apreensão (escalas sempre me dão receio de atrasos e perdas de voos), envolve também
a questão do jetlag, que para mim, era frescura ou lenda. Nunca
havia ido a um local onde o fuso horário fosse maior do que 5 horas! E vamos
combinar que o dobro disso – sim, porque lá são 10 horas de fuso -, é realmente
alguma coisa!
aeroporto de Dubai |
O resultado disso,
para que se tenha uma ideia, foi que o grupo demorou 1 semana para se
acostumar, teve de tirar cochilos de 1 hora lá pelas 17hs, acordou várias vezes
de madrugada como se fosse o pico do dia e ainda, experimentou uma sensação
esquisitíssima do que a gente chamou de “estou marejando”. É aquela sensação de
falta de chão, quando estamos num barco e ele balança horrores. Não sei
explicar, mas isso foi bem esquisito.
Bem, essa questão
do voo foi bem cansativa e o jetlag também. Apenas para
finalizar essa parte e partir para o próximo tópico, quero dizer que a volta
não foi muito melhor, porque foram 12 horas até Londres e mais 12 até São
Paulo, numa viagem que parecia que não teria fim!
2. Choque de cultura: se eu disser
que minha primeira impressão da Tailândia foi positiva, vou estar mentindo. Não
tive a mesma sensação de friozinho no estômago das oportunidades em que estive
na Europa ou Nova York. A começar pela saída do aeroporto – Senhor, que calor
era aquele???? Juro que depois dessa viagem, meu conceito de “calor” mudou
drasticamente. Você sua de um jeito que suas roupas chegam a grudar no corpo e
parece que suas forças foram sugadas!
nhami! |
Mas, tudo bem.
Pegamos um táxi, tivemos de negociar o preço com uma pessoa que mal falava
inglês e, depois, nos acostumarmos com a mão inglesa das avenidas. Nosso
motorista, em poucos minutos, começou a dirigir com as pernas cruzadas (oi?) e
coçando o ouvido com uma pinça (oi?). Nesse momento, já vimos que a coisa seria
diferente, mas estávamos de coração aberto para aquela cultura e apenas nos
cutucamos e demos muita risada da cena inusitada.
tuk tuk |
O trânsito é
caótico, mas não chega nem perto do trânsito do Vietnã (posts ainda por vir).
Tuk tuks, carros, motos, todo mundo dividindo o mesmo espaço, mas ainda assim,
respeitando os sinais de trânsito e os pedestres. As ruas são largas, bem
pavimentadas, a cidade é arborizada e as calçadas muito floridas. O que nos chamou
a atenção logo de cara foram duas coisas: há fotos da família real espalhadas
aos montes pela cidade toda e a quantidade de templos lindos, brilhosos e
imponentes disputando espaço com as casas é impressionante! Não sabíamos para
onde olhar, era tudo muito diferente!
3. O povo: muuuuito simpático! Mas,
cuidado, nem tudo é o que parece. Talvez pela quantidade de turistas que
recebem todos os anos, os tailandeses se esforçam muito para, ao menos, arranhar
o inglês. Se eles têm um sotaque muito forte ou se eles não conseguem formular
frases completas, não importa... o que importa é que eles te entendem e sabem
pronunciar as palavras-chave e negociar! Sim, porque tudo é negociável, todas
as compras são feitas com muita pechincha.
de boas! |
Mas, ao contrário
do que tinha lido e ouvido falar, não achei que o povo tailandês é sempre muito
amistoso. Por exemplo, se você entra numa loja, pechincha, pergunta, mas acaba
indo embora sem comprar nada – coisa que fazemos aos montes por aqui -, pode
contar que você será xingado pelo vendedor. Eles ficam muito bravos, talvez por
terem empregado energia em algo que poderia virar um negócio mas acabou não se
concretizando.
cervejotas |
E as pessoas na
rua... todas se mostram muito queridas quando vêm um turista e imediatamente se
prestam a ajudar. Mas, na grande maioria das vezes – na verdade, não vimos
nenhuma que não fosse -, essas pessoas estão ali por uma razão e não porque
querem simplesmente ser simpáticas com você e realmente te ajudar. Eles estão
em conluio com alguma empresa ou com outras pessoas e certamente vão te indicar
algo que lhes seja benéfico.
4. A comida: bem, com relação a esse
quesito, minha impressão foi bastante positiva. A comida tailandesa é ótima,
muito bem temperada e o principal: é muito barata! Salvo poucas exceções,
comemos muito bem e saímos satisfeitos com o prato escolhido. Fried Rice e Phad
Thai são os pratos mais típicos e comuns por lá e a inclusão de frutos do mar
nos custa, mais ou menos, uns R$ 2,00 a mais! São pratos completos, saborosos
e, muitas vezes, um pouco spice!
Se tiver que dar
duas dicas, certamente serão o suco de laranja local (não sei como são as
laranjas, mas são deliciosas!!) e o sorvete de coco servido na própria fruta.
Deliciosos!!!
pensa num sorvete bom! |
As cervejas são
boas também, apesar de que um pouco fracas para o gosto brasileiro e MUITO
fracas para o gosto europeu. Mas são baratas e, para o calor da região, vão
muito bem!!! As frutas geladas cortadinhas também são uma ótima pedida. No
começo, ficamos um pouco desconfiados, porque ouvimos dizer que comida de rua,
gelo e água eram todos muito propensos a causar problemas estomacais, para não
dizer diarreia. Mas logo vimos que essa lenda não se aplica e nos jogamos no
gelo e nas frutas – estava muito quente para abrirmos mão dessas iguarias!
5. A religião: os tailandeses são, em sua grande
maioria, budistas. Na parte sul do país, onde estão localizadas as ilhas, nós
encontramos muitas mesquitas e uma porção de moças muçulmanas, mas essa cena é
bem difícil de ser vista em Bangkok. Então, na capital, o que você verá serão
inúmeros templos, dos mais simples aos mais suntuosos e dos mais antigos aos
mais modernos.
Ronald budista |
As pessoas entram, fazem suas orações,
suas oferendas e está tudo certo. São lugares que trazem uma paz que eu
nunca havia sentido em lugar algum. E o interessante é que vemos uma porção de
monges andando pela cidade, principalmente pela manhã, quando eles passam para
recolher alimentos para o seu próprio sustento. Pessoas que alimentam os monges
são abençoadas e têm um dia auspicioso.
E você vê sinais da religião em todo
canto. Nos hotéis, praças, restaurantes, sempre há um altar com Buda,
divindades, muitas flores e frutas.
Bem, acho que
como impressão, para introduzir a viagem, está bom! No primeiro dia não fizemos
muita coisa, estávamos muito cansados e com um sono sem fim. Então, apenas
tentamos nos acostumar com o ambiente e com o jetlag e dar uma
volta pelas redondezas, tomar um primeiro contato e nos prepararmos para o dia
seguinte.
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