quarta-feira, 14 de novembro de 2018

VIAGEM - BANGKOK - PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Viajar para a Ásia é, sem dúvida alguma, e em muitos sentidos, um choque. Eu estava absolutamente ciente que seria uma experiência muito diferente de tudo o que já havia visto e que teria de estar com a mente aberta para receber todas as informações que me seriam apresentadas. Saí do Brasil com essa questão bem consolidada e disposta a experimentar coisas novas e sair do meu lugar seguro. Acho que se a ideia é visitar um local com cultura e costumes tão distintos dos nossos, temos de deixar as ideias preconcebidas e preconceitos de lado. !
cenas de Bangkok
Então, vou contar um pouco como foi essa experiência. Mas primeiro, acho interessante deixar registradas algumas questões que, provavelmente, não vão se enquadrar nos posts-diários que estão por vir.
Talling Chan Floating Market
1.  Trajeto e jetlag: O primeiro desafio – e eu nem esperava que seria um desafio – foi com relação ao próprio avião, ao trajeto melhor dizendo, entre São Paulo e minha primeira parada: Bangkok. Saí daqui numa sexta-feira, às 20hs, fiz uma primeira escala em Johanesburg, uma segunda escala em Dubai – onde encontrei meu irmão e minha cunhada – e, por fim, cheguei em Bangkok no domingo pela manhã.
Esse trajeto, por certo, além de ser exaustivo, porque envolve muitas horas e momentos de apreensão (escalas sempre me dão receio de atrasos e perdas de voos), envolve também a questão do jetlag, que para mim, era frescura ou lenda. Nunca havia ido a um local onde o fuso horário fosse maior do que 5 horas! E vamos combinar que o dobro disso – sim, porque lá são 10 horas de fuso -, é realmente alguma coisa!
aeroporto de Dubai
O resultado disso, para que se tenha uma ideia, foi que o grupo demorou 1 semana para se acostumar, teve de tirar cochilos de 1 hora lá pelas 17hs, acordou várias vezes de madrugada como se fosse o pico do dia e ainda, experimentou uma sensação esquisitíssima do que a gente chamou de “estou marejando”. É aquela sensação de falta de chão, quando estamos num barco e ele balança horrores. Não sei explicar, mas isso foi bem esquisito.
Bem, essa questão do voo foi bem cansativa e o jetlag também. Apenas para finalizar essa parte e partir para o próximo tópico, quero dizer que a volta não foi muito melhor, porque foram 12 horas até Londres e mais 12 até São Paulo, numa viagem que parecia que não teria fim!
2.  Choque de cultura: se eu disser que minha primeira impressão da Tailândia foi positiva, vou estar mentindo. Não tive a mesma sensação de friozinho no estômago das oportunidades em que estive na Europa ou Nova York. A começar pela saída do aeroporto – Senhor, que calor era aquele???? Juro que depois dessa viagem, meu conceito de “calor” mudou drasticamente. Você sua de um jeito que suas roupas chegam a grudar no corpo e parece que suas forças foram sugadas!
nhami!
Mas, tudo bem. Pegamos um táxi, tivemos de negociar o preço com uma pessoa que mal falava inglês e, depois, nos acostumarmos com a mão inglesa das avenidas. Nosso motorista, em poucos minutos, começou a dirigir com as pernas cruzadas (oi?) e coçando o ouvido com uma pinça (oi?). Nesse momento, já vimos que a coisa seria diferente, mas estávamos de coração aberto para aquela cultura e apenas nos cutucamos e demos muita risada da cena inusitada.
tuk tuk
O trânsito é caótico, mas não chega nem perto do trânsito do Vietnã (posts ainda por vir). Tuk tuks, carros, motos, todo mundo dividindo o mesmo espaço, mas ainda assim, respeitando os sinais de trânsito e os pedestres. As ruas são largas, bem pavimentadas, a cidade é arborizada e as calçadas muito floridas. O que nos chamou a atenção logo de cara foram duas coisas: há fotos da família real espalhadas aos montes pela cidade toda e a quantidade de templos lindos, brilhosos e imponentes disputando espaço com as casas é impressionante! Não sabíamos para onde olhar, era tudo muito diferente!
3.  O povo: muuuuito simpático! Mas, cuidado, nem tudo é o que parece. Talvez pela quantidade de turistas que recebem todos os anos, os tailandeses se esforçam muito para, ao menos, arranhar o inglês. Se eles têm um sotaque muito forte ou se eles não conseguem formular frases completas, não importa... o que importa é que eles te entendem e sabem pronunciar as palavras-chave e negociar! Sim, porque tudo é negociável, todas as compras são feitas com muita pechincha.
de boas!
Mas, ao contrário do que tinha lido e ouvido falar, não achei que o povo tailandês é sempre muito amistoso. Por exemplo, se você entra numa loja, pechincha, pergunta, mas acaba indo embora sem comprar nada – coisa que fazemos aos montes por aqui -, pode contar que você será xingado pelo vendedor. Eles ficam muito bravos, talvez por terem empregado energia em algo que poderia virar um negócio mas acabou não se concretizando.
cervejotas
E as pessoas na rua... todas se mostram muito queridas quando vêm um turista e imediatamente se prestam a ajudar. Mas, na grande maioria das vezes – na verdade, não vimos nenhuma que não fosse -, essas pessoas estão ali por uma razão e não porque querem simplesmente ser simpáticas com você e realmente te ajudar. Eles estão em conluio com alguma empresa ou com outras pessoas e certamente vão te indicar algo que lhes seja benéfico.
4.  A comida: bem, com relação a esse quesito, minha impressão foi bastante positiva. A comida tailandesa é ótima, muito bem temperada e o principal: é muito barata! Salvo poucas exceções, comemos muito bem e saímos satisfeitos com o prato escolhido. Fried Rice e Phad Thai são os pratos mais típicos e comuns por lá e a inclusão de frutos do mar nos custa, mais ou menos, uns R$ 2,00 a mais! São pratos completos, saborosos e, muitas vezes, um pouco spice!
Se tiver que dar duas dicas, certamente serão o suco de laranja local (não sei como são as laranjas, mas são deliciosas!!) e o sorvete de coco servido na própria fruta. Deliciosos!!!
pensa num sorvete bom!
As cervejas são boas também, apesar de que um pouco fracas para o gosto brasileiro e MUITO fracas para o gosto europeu. Mas são baratas e, para o calor da região, vão muito bem!!! As frutas geladas cortadinhas também são uma ótima pedida. No começo, ficamos um pouco desconfiados, porque ouvimos dizer que comida de rua, gelo e água eram todos muito propensos a causar problemas estomacais, para não dizer diarreia. Mas logo vimos que essa lenda não se aplica e nos jogamos no gelo e nas frutas – estava muito quente para abrirmos mão dessas iguarias!
5.  A religião: os tailandeses são, em sua grande maioria, budistas. Na parte sul do país, onde estão localizadas as ilhas, nós encontramos muitas mesquitas e uma porção de moças muçulmanas, mas essa cena é bem difícil de ser vista em Bangkok. Então, na capital, o que você verá serão inúmeros templos, dos mais simples aos mais suntuosos e dos mais antigos aos mais modernos.
Ronald budista
As pessoas entram, fazem suas orações, suas oferendas e está tudo certo. São lugares que trazem uma paz que eu nunca havia sentido em lugar algum. E o interessante é que vemos uma porção de monges andando pela cidade, principalmente pela manhã, quando eles passam para recolher alimentos para o seu próprio sustento. Pessoas que alimentam os monges são abençoadas e têm um dia auspicioso.
E você vê sinais da religião em todo canto. Nos hotéis, praças, restaurantes, sempre há um altar com Buda, divindades, muitas flores e frutas. 
Bem, acho que como impressão, para introduzir a viagem, está bom! No primeiro dia não fizemos muita coisa, estávamos muito cansados e com um sono sem fim. Então, apenas tentamos nos acostumar com o ambiente e com o jetlag e dar uma volta pelas redondezas, tomar um primeiro contato e nos prepararmos para o dia seguinte.   

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