segunda-feira, 18 de setembro de 2023

VIAGEM - ESPANHA - DIA 2 - SEVILHA

Primeiro e único dia inteiro nessa cidade maravilhosa! Devo dizer que poderia ficar por lá muito mais tempo, mas 1 dia e meio é mais do que suficiente para ver todos os pontos turísticos com calma e ainda flanar bastante, então, foi ótimo. 

look du jour

Antes de começar a falar do meu dia, estão lembrados que no dia anterior meus olhos ardiam muito e estavam vermelhos? Eu estava atribuindo esse fator à falta de sono, mas lá pelas 1/2 noite eu acordei com os meus olhos cheios de remela e super inchados. Como tinha tido uma conjuntivite pesada cerca de 15 dias antes, achei que poderia ser uma recaída e entrei em pânico, porque não tinha remédio nenhum e já estava achando que teria de acionar o seguro viagem.

 

A título de parênteses, depois eu descobri que pode ser que eu tivesse realmente com uma recaída mais fraca da conjuntivite ou que o problema fosse o clima seco e quente – ainda parece que tinha uma situação de areia do Saara perambulando no ar que estava deixando as pessoas com os olhos inflamados. Nunca saberemos! O que eu sabia é que a única coisa que eu poderia fazer naquele momento era compressa com água fria. E foi o que eu fiz. Acordei bem melhor (pelo menos estava claro que não ficaria tão ruim como antes), não passei maquiagem e passei o dia fazendo mais compressas – deu bom!

Enfim, voltando ao início, eu acordei às 6:30hs, depois de uma noite mal dormida e às 8hs já estava na rua. Claro que ainda estava tudo fechado, mas o intuito era aproveitar ao máximo o dia, já que seria o único inteiro em Sevilha. Segui sentido Triana, que é o antigo bairro cigano da cidade, do outro lado do Rio Gualdaquivir. Depois de ler A Rainha Descalça do Ildefonso Falcones, é claro que eu tinha que dar uma checada.

Tomei café da manhã num restaurante bem legal atrás da catedral, onde pedi um café com leite e uma palmeira gigante. Estava uma delícia. Depois, fui margeando o rio e atravessei a Ponte Isabel. Já estava em Triana – uma Triana vazia, pelo horário! Entrei no Mercado, que é bem caído, mas dispunha de um banheiro, o que é sempre ótimo! Fiz mais uma compressa nos meus olhos e saí para explorar, já que o Castelo estava fechado (indefinidamente) e a Igreja de Santa Ana também. Ninguém soube me informar a que horas abria. Ainda flanei até dar umas 10hs, que é o horário que as coisas costumam abrir na cidade, mas não rolou.

Como o Bairro de Triana é bem comum e zero bonito, depois de 1 hora andando, resolvi ir em direção à Plaza de Espanha, que é uma das três atrações programadas para o dia. Fica do outro lado do rio e um pouquinho distante. Mas foi ótimo, porque no caminho passei por casas com lindas fachadas e por um parque bem gostoso.

A Plaza de Espanha é lindíssima! Um dos lugares mais inusitados e bonitos em que já estive. Rendeu muitas fotos e um show gratuito de dança e musica flamenca, que é demais de maravilhosa. Segundo a Wikipedia, a Plaza de Espanha foi “construída em 1928 para a Exposição Ibero-Americana de 1929. Ela é um exemplo marcante do Regionalismo na Arquitetura, que mistura elementos da NeorrenascençaMoura Revival (Neo-Mudéjar) e estilos de arquitetura espanhola.”

De lá, segui caminhando novamente em direção ao centro e acabei me deparando sem querer com o Arquivo das Índias, que era um lugar que estava no meu radar, mas que só iria se desse tempo. “O Arquivo Geral das Índias é um arquivo histórico espanhol no centro de Sevilha que foi criado em 1785 por iniciativa do rei Carlos III, visando centralizar num único lugar a documentação referente às colónias espanholas que até então se encontrava dispersa por diversos arquivos em Simancas, Cádiz e Sevilha.”

O lugar é muito bonito, grátis (tem um banheiro ótimo e bebedouro com água geladinha) e fresco. Ou seja, mesmo que não seja um destino para você, talvez seja melhor reconsiderar! Por lá você encontra o Tratado de Tordesilhas (não sei se é original) e alguns documentos pessoais do Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães. Ah, o Edifício é Patrimônio Mundial da Unesco!

Fui almoçar no mesmo lugar do dia anterior, onde havia comido uma paella maravilhosa por € 9,90. Mas, dessa vez, escolhi a Fideuar, que é feita de macarrão. Estava bem gostosa, mas eu acho que prefiro a padrão. Segui para um xixi grátis e reabastecimento da água no Arquivo das Índias e às 13hs estava na frente do Alcazár, pois deveria me encontrar com o guia para iniciar o tour guiado. Não ficou muito claro o local do encontro e o cara ainda atrasou um pouco, mas deu tudo certo! O guia era o Xavier e no grupo havia uma marroquina muçulmana que mora na Bélgica, um casal de ingleses e eu.

Segundo a Wikipedia “O Real Alcázar de Sevilha é um complexo palaciano composto por vários edifícios de diferentes épocas. A fortificação original foi construída sobre uma antiga edificação romana, e mais tarde visigoda. Posteriormente passou a ser uma basílica paleocristã, identificada por alguns como a Basílica de São Vicente Mártir), onde teria sido enterrado São Isidoro. Embora aberto ao público, o conjunto continua a ser a residência dos membros da família real espanhola quando estes visitam Sevilha. O conjunto foi declarado Património Mundial pela UNESCO.”

O guia contou uma história bem interessante sobre briga de irmãos (um era espanhol e o outro árabe), que acabou dando origem a esse estilo bem diferente do palácio, mas eu não só me esqueci do que foi dito, como não encontrei em lugar nenhum, então, meio que desconfio da veracidade das informações...

De lá, apenas eu e o Xavier seguimos para a Catedral, que fica literalmente do outro lado da rua.” A Catedral de Sevilha, chamada oficialmente Santa, Metropolitana e Patriarcal Igreja Catedral de Santa Maria da Sede e da Assunção de Sevilha, é a maior catedral de Espanha, a segunda maior do mundo, atrás apenas da Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil e a maior catedral gótica do mundo, com 126 m de comprimento, 76 m de largura, 42 m de altura e 11 520 metros quadrados de área total. É a  da Arquidiocese de Sevilha e foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO.

A construção começou em 1401, embora não haja registos documentais do começo dos trabalhos até 1433. Foi edificada no local que ficou livre após a demolição da antiga Grande Mesquita de Sevilha. Em 2008 foi encontrado o plano mais antigo que se conhece da Catedral de Sevilha no Mosteiro de Bidaurreta, em Oñati Guipúscoa, o qual foi data de cerca de 1490.“

O lugar é realmente imenso e maravilhoso! Tem muita coisa a ser vista, parece um grande museu de variedades e estilos. Em um determinado momento eu achei que o Xavier fosse me cobrar um extra, de tantas perguntas que fiz! E acho que o mais importante ponto é o túmulo do Cristóvão Colombo, que aparentemente guarda apenas partes de braços e pernas dele, que já esteve enterrado em diversos outros lugares antes. O filho dele e acho que o irmão também estão por lá.

O tour completo durou cerca de 2hs. Ainda fiquei um tempo lá dentro para ver tudo com calma, tirar fotos e digerir todas as informações recebidas. Ainda usei o banheiro e enchi a garrafinha com água geladinha! Isso, devo dizer, é essencial, porque naquele momento estava fazendo 42ºC e o calor em Sevilha é seco e quase sufocante. Uma característica interessante é que o pico do “insuportável” é entre 16 e 20hs!

Presilha de madrepérola que comprei por lá 


Como estava simplesmente impossível de andar na rua e eu já havia visto tudo o que estava no meu roteiro, resolvi voltar para o hotel, que era super perto do centro, e dar uma recuperada! Comprei uma limonada maravilhosa e um pastel de nata de uma vendinha bem do lado e foi perfeito.

Fiquei no quarto curtindo o ar condicionado e lá pelas 19hs saí novamente para me aventurar pela cidade e vê-la pela última vez, já que no dia seguinte partiria para Madrid. Andei horrores a procura de um supermercado que não encontrei. Estava em busca de uma salada bem gostosa, mas tive que me contentar com um sanduiche de jamón de uma loja ao lado do hotel. Não estava ruim, mas eu acho que eles pecam em não colocar um molho no pão, que acaba ficando um pouco seco.

Comi no hotel mesmo, arrumei minhas malas e fui dormir porque no dia seguinte, teria de acordar cedo para pegar o trem. 

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