Primeiro e único dia inteiro
nessa cidade maravilhosa! Devo dizer que poderia ficar por lá muito mais tempo,
mas 1 dia e meio é mais do que suficiente para ver todos os pontos turísticos
com calma e ainda flanar bastante, então, foi ótimo.
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look du jour |
Antes de começar a falar do meu
dia, estão lembrados que no dia anterior meus olhos ardiam muito e estavam vermelhos?
Eu estava atribuindo esse fator à falta de sono, mas lá pelas 1/2 noite eu
acordei com os meus olhos cheios de remela e super inchados. Como tinha tido
uma conjuntivite pesada cerca de 15 dias antes, achei que poderia ser uma
recaída e entrei em pânico, porque não tinha remédio nenhum e já estava achando
que teria de acionar o seguro viagem.
A título de parênteses, depois
eu descobri que pode ser que eu tivesse realmente com uma recaída mais fraca da
conjuntivite ou que o problema fosse o clima seco e quente – ainda parece que
tinha uma situação de areia do Saara perambulando no ar que estava deixando as
pessoas com os olhos inflamados. Nunca saberemos! O que eu sabia é que a única
coisa que eu poderia fazer naquele momento era compressa com água fria. E foi o
que eu fiz. Acordei bem melhor (pelo menos estava claro que não ficaria tão
ruim como antes), não passei maquiagem e passei o dia fazendo mais compressas
– deu bom!
Enfim, voltando ao início, eu
acordei às 6:30hs, depois de uma noite mal dormida e às 8hs já estava na rua.
Claro que ainda estava tudo fechado, mas o intuito era aproveitar ao máximo o
dia, já que seria o único inteiro em Sevilha. Segui sentido Triana, que é o
antigo bairro cigano da cidade, do outro lado do Rio Gualdaquivir. Depois de ler
A Rainha Descalça do Ildefonso Falcones, é claro que eu tinha que dar uma
checada.
Tomei café da manhã num
restaurante bem legal atrás da catedral, onde pedi um café com leite e uma
palmeira gigante. Estava uma delícia. Depois, fui margeando o rio e atravessei
a Ponte Isabel. Já estava em Triana – uma Triana vazia, pelo horário! Entrei no
Mercado, que é bem caído, mas dispunha de um banheiro, o que é sempre ótimo!
Fiz mais uma compressa nos meus olhos e saí para explorar, já que o Castelo
estava fechado (indefinidamente) e a Igreja de Santa Ana também. Ninguém soube
me informar a que horas abria. Ainda flanei até dar umas 10hs, que é o horário
que as coisas costumam abrir na cidade, mas não rolou.
Como o Bairro de Triana é bem
comum e zero bonito, depois de 1 hora andando, resolvi ir em direção à Plaza de
Espanha, que é uma das três atrações programadas para o dia. Fica do outro lado
do rio e um pouquinho distante. Mas foi ótimo, porque no caminho passei por
casas com lindas fachadas e por um parque bem gostoso.
A Plaza de Espanha é lindíssima!
Um dos lugares mais inusitados e bonitos em que já estive. Rendeu muitas fotos
e um show gratuito de dança e musica flamenca, que é demais de maravilhosa.
Segundo a Wikipedia, a Plaza de Espanha foi “construída em 1928 para a Exposição
Ibero-Americana de 1929. Ela é um exemplo marcante do Regionalismo na
Arquitetura, que mistura elementos da Neorrenascença, Moura Revival (Neo-Mudéjar) e estilos de arquitetura espanhola.”
De lá, segui caminhando
novamente em direção ao centro e acabei me deparando sem querer com o Arquivo
das Índias, que era um lugar que estava no meu radar, mas que só iria se desse
tempo. “O Arquivo Geral das Índias é um arquivo histórico espanhol no centro
de Sevilha que foi criado em 1785 por iniciativa do rei Carlos III, visando
centralizar num único lugar a documentação referente às colónias espanholas que
até então se encontrava dispersa por diversos arquivos em Simancas, Cádiz e
Sevilha.”
O lugar é muito bonito, grátis
(tem um banheiro ótimo e bebedouro com água geladinha) e fresco. Ou seja, mesmo
que não seja um destino para você, talvez seja melhor reconsiderar! Por lá você
encontra o Tratado de Tordesilhas (não sei se é original) e alguns documentos
pessoais do Cristóvão Colombo e Fernão de Magalhães. Ah, o Edifício é
Patrimônio Mundial da Unesco!
Fui almoçar no mesmo lugar do
dia anterior, onde havia comido uma paella maravilhosa por € 9,90. Mas, dessa
vez, escolhi a Fideuar, que é feita de macarrão. Estava bem gostosa, mas eu
acho que prefiro a padrão. Segui para um xixi grátis e reabastecimento da água
no Arquivo das Índias e às 13hs estava na frente do Alcazár, pois deveria me
encontrar com o guia para iniciar o tour guiado. Não ficou muito claro o local
do encontro e o cara ainda atrasou um pouco, mas deu tudo certo! O guia era o
Xavier e no grupo havia uma marroquina muçulmana que mora na Bélgica, um casal
de ingleses e eu.
Segundo a Wikipedia “O Real Alcázar de
Sevilha é um complexo palaciano composto por vários edifícios de
diferentes épocas. A fortificação original foi construída sobre uma antiga
edificação romana, e mais tarde visigoda. Posteriormente
passou a ser uma basílica paleocristã, identificada
por alguns como a Basílica de São Vicente Mártir), onde teria sido enterrado São Isidoro. Embora aberto ao público, o conjunto continua a
ser a residência dos membros da família real espanhola quando estes visitam Sevilha. O
conjunto foi declarado Património Mundial pela UNESCO.”
O guia contou uma história bem
interessante sobre briga de irmãos (um era espanhol e o outro árabe), que
acabou dando origem a esse estilo bem diferente do palácio, mas eu não só me
esqueci do que foi dito, como não encontrei em lugar nenhum, então, meio que
desconfio da veracidade das informações...
De lá, apenas eu e o Xavier
seguimos para a Catedral, que fica literalmente do outro lado da rua.” A Catedral
de Sevilha, chamada oficialmente Santa, Metropolitana e Patriarcal Igreja
Catedral de Santa Maria da Sede e da Assunção de Sevilha, é a maior catedral de Espanha, a segunda maior do mundo, atrás apenas da Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no Brasil e a maior catedral gótica do mundo, com 126 m de comprimento, 76 m
de largura, 42 m de altura e 11 520 metros quadrados de
área total. É a sé da Arquidiocese de Sevilha e foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO.
A construção começou em 1401,
embora não haja registos documentais do começo dos trabalhos até 1433. Foi
edificada no local que ficou livre após a demolição da antiga Grande Mesquita de Sevilha. Em 2008 foi encontrado o
plano mais antigo que se conhece da Catedral de Sevilha no Mosteiro de Bidaurreta,
em Oñati Guipúscoa, o qual foi data
de cerca de 1490.“
O lugar é realmente imenso e
maravilhoso! Tem muita coisa a ser vista, parece um grande museu de variedades
e estilos. Em um determinado momento eu achei que o Xavier fosse me cobrar um
extra, de tantas perguntas que fiz! E acho que o mais importante ponto é o túmulo
do Cristóvão Colombo, que aparentemente guarda apenas partes de braços e pernas
dele, que já esteve enterrado em diversos outros lugares antes. O filho dele e
acho que o irmão também estão por lá.
O tour completo durou cerca de
2hs. Ainda fiquei um tempo lá dentro para ver tudo com calma, tirar fotos e
digerir todas as informações recebidas. Ainda usei o banheiro e enchi a
garrafinha com água geladinha! Isso, devo dizer, é essencial, porque naquele
momento estava fazendo 42ºC e o calor em Sevilha é seco e quase sufocante. Uma
característica interessante é que o pico do “insuportável” é entre 16 e 20hs!
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Presilha de madrepérola que comprei por lá |
Como estava simplesmente
impossível de andar na rua e eu já havia visto tudo o que estava no meu
roteiro, resolvi voltar para o hotel, que era super perto do centro, e dar uma
recuperada! Comprei uma limonada maravilhosa e um pastel de nata de uma vendinha
bem do lado e foi perfeito.
Fiquei no quarto curtindo o ar condicionado
e lá pelas 19hs saí novamente para me aventurar pela cidade e vê-la pela última
vez, já que no dia seguinte partiria para Madrid. Andei horrores a procura de
um supermercado que não encontrei. Estava em busca de uma salada bem gostosa,
mas tive que me contentar com um sanduiche de jamón de uma loja ao lado do
hotel. Não estava ruim, mas eu acho que eles pecam em não colocar um molho no
pão, que acaba ficando um pouco seco.
Comi no hotel mesmo, arrumei
minhas malas e fui dormir porque no dia seguinte, teria de acordar cedo para
pegar o trem.