Meu
dia começou animadíssimo. Acordei cedo, tomei café da manhã no hotel, me
arrumei e logo parti para pegar o metrô em direção à Estação Barcelona Sants,
já que iria pegar o trem para visitar outra cidade. Tudo transacorreu
tranquilamente e cheguei à estação com cerca de 1 hora de antecedência – o trem
para Girona partiria às 08:22hs.
Mas,
quando dei por mim, percebi que meu trem não estava elencado nos painéis da
estação. Em consulta com o pessoal da Renfe, que foi super educado e solícito,
descobri que o horário que eu havia escolhido não sairia nenhum trem, havia
sido cancelado. Mas logo me realocaram em outro com destino a
Figueres-Vilafant, que sairia mais cedo: às 8:10hs. Ainda bem que eu havia
chegado cedo! Todos os funcionários da estação foram avisados, o que eu achei
super organizado, mudaram até o meu assento e no final, deu tudo certo. Chegar
cedo nos lugares é tudo!!
Cerca
de 1 hora depois, eu já estava em Giorona – spoiler: foi uma das cidades que
mais gostei! Quando chega por lá, confesso que é um pouco confuso. Eu rodei um
tanto a pé até entender para qual direção eu tinha que ir, porque nem o Google
Maps estava ajudando. Mas, quando vi a ponte, entendi que estava no caminho
certo, em direção à Cidade Velha. Eu acho que foi nesse momento que eu decidi
que iria gostar daquela cidade, porque me encantei pelas casinhas coloridas que
beiram o rio.
Chegando
na Cidade Velha, me senti como se estivesse no Bairro Gótico de Barcelona, mas
com ruas mais largas e menos apinhado de gente. Lojinhas interessantes,
restaurantes e a arquitetura bela me surpreenderam e, como eu cheguei cedo – as
coisas por lá só abrem depois das 10hs – segui flanando sem pressa nenhuma e
descobrindo a cidade.
A
primeira parada foi a Igreja S. Felício, suuuper antiga. A igreja está
localizada numa simpática praça com o mesmo nome, rodeada de cafés e muitos grupos
turísticos esperando para entrar. A fachada é linda, destacando-se a torre
campanário desenhada por Pere Sacoma o mesmo da Catedral de Sta. Maria que
também podemos ver na cidade. A sua construção foi sendo prolongada ao
longo dos séculos (XIII-XVIII), isso fez com o que o seu estilo
gótico se misturasse com outros como o românico e o barroco. Eu juro que achei que o local
fosse bem mais antigo.
Ainda na fachada, está um sepulcro cuja placa
não nos ajuda a entender de quem seria, foi das primeiras vezes que vi um
fora de uma igreja e colocado numa parede. Segundo a descrição da igreja, no
seu interior estarão oito sepulcros romanos e dos primeiros tempos do
cristianismo. Animada, entrei, peguei um áudio guia e me perdi pelos cantinhos
bem interessantes que encontrei por lá.
Saindo da igreja, me deparei com uma parte imensa
da cidade que parecia ter parado na Idade Média, e uma placa que dizia que de
um lado ficava o passeio arqueológico e, de outro, as demais atrações. Decidi
começar pelo passeio e já de cara, percebi que teria de subir muitas escadas e
ladeiras. Mas foi muito legal. Fiquei um tempão explorando cada cantinho das
muralhas e ruínas e, claro, passando calor e suando muito.
De lá, decidi seguir para o Museu de Arte, que
estava incluso num pacote de atrações que havia comprado. “Este museu conserva
uma importante mostra de obras de diferentes épocas e estilos, que vão desde o
período da colonização grega até as mais recentes manifestações. Destacam-se
suas coleções de arte românica e gótica.” O lugar é muito bonito, muito interessante e o
prédio, por si só, já vale muito a pena.
A Catedral fica ao lado, então, e também
aproveitando o ingresso-combo, foi pra lá que eu fui logo em seguida.
“A Catedral
de Girona, consagrada a Santa Maria,
encontra-se no ponto mais alto da cidade. O interior mostra a grandiosa
nave gótica, única, coberta por um cofre com arcos diagonais apoiados por
grupos de pequenas colunas. Os contrafortes laterais da primeira zona abrigam
duas capelas por seção. Na segunda área, nas duas seções antes de chegar ao presbitério, grandes janelas góticas são
abertas e abaixo, as janelas do trifório que atravessam as duas paredes.
Antes do presbitério e fechando o fundo da grande nave, uma parede com um arco
central e dois arcos laterais, mais três óculos, dois menores nas três janelas
pequenas do trifório e uma maior no centro, perto do cofre.
Os vitrais da catedral eram originalmente de
três tipos. O primeiro e o mais antigo são atribuídos ao Mestre do Presbitério
e foram realizados no momento em que começaram as obras no complexo. A segunda,
atribuída a Guillem de Letumgard, foi feita no início da segunda metade
do século XIV. O mais
importante deles é o Calvário, localizado no centro do ambulatório, e o grande
vitral de Antoni Thomas, na face sul. O terceiro grupo são todos os que foram
incorporados até o século XX, dos quais
se destacam as duas janelas rosadas do primeiro terço do século 18, obra de Francesc
Saladriga, mestre em vidro de Barcelona e um dos melhores da arte
espanhola.”
Na Catedral há um lindo claustro, um museu, muitos
túmulos e estátuas. extremamente interessante. De lá, resolvi fazer uma parada
para o almoço. Havia um restaurante, dentro de um hotel, bem cheio e que
oferecia aquele famoso menu espanhol com três pratos. Parecia delicioso e eu já
havia tido uma experiência muito positiva com essa modalidade de refeição
antes, então, resolvi arriscar. A entrada estava boa, era uma quiche. Mas a
refeição e a sobremesa eram uma piada! O bife era metade gordura e metade osso,
juro! Eu fiquei muito brava e não consegui esconder da garçonete, mas não tive
coragem de reclamar. Guardei a insatisfação comigo!!
De lá, segui para um dos maiores "roubos" de uma viagem. Eram termas romanas, então, claro que o lugar me interessou. Paguei 7,00 inesquecíveis Euros para entrar num lugar que, juro, em 3 minutos havia sido visto e revisto porque era minúsculo. Fora que estava todinho em ruínas, então você meio que tem que fantasiar como era aquilo tudo quando estava em funcionamento... não recomendo!
Próxima parada: Museu Arqueológico, que também fica
num prédio super antigo. Por lá, há muitas peças interessantes para serem
vistas, principalmente visigodas, bizantinas e, ao lado de fora, uma profusão
de lápides e estátuas. Foi a parte que eu achei mais interessante da cidade.
Segui passeando pelo Bairro Medieval e me entranhei
na parte judaica, que também me chamou muito a atenção. Aproveitei e visitei o
museu, que fica num prédio super antigo e traz muitas informações e elementos
interessantes. Às 16:10hs, já estava livre e tinha quase 2hs até a partida do
meu trem de volta para Barcelona, então, segui flanando pela cidade, sem
pressa.
De volta à Barcelonma, fui ao Mercado da Boqueria e
comprei um salgado, que estava bem ruim e muito gorduroso, só para coroar as
refeições péssimas do dia, e uma salada de frutas.
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