sexta-feira, 15 de março de 2024

VIAGEM - ESPANHA - BARCELONA - DIA 04

Nesse quarto dia em Barcelona, já caminhando para o final da viagem, acordei um pouco mais tarde e já iniciei a jornada em direção ao meu local favorito para tomar meu café da manhã que, claro, incluía meu amado e saudoso croissant de mascarpone.

De lá, peguei o metrô e segui para o primeiro destino do dia: Casa Vicens. “é uma casa de verão desenhada por Antoní Gaudí, encomendada pelo dono de uma fábrica de tijolos e fabricante de azulejos, Manuel Vicens. Fica localizada na Calle les Carolines, nº 24, na cidade de Barcelona, na Espanha[ Foi a primeira grande obra de Gaudí e ergue-se, como um palácio dos contos de As Mil e Uma Noites, mas, na verdade, trata-se até de uma casa bastante pequena. Passaram dez anos entre a adjudicação da empreitada e a conclusão da obra, mas, na realidade, trabalhou-se apenas cinco anos - muito pouco tempo para os resultados alcançados. Nesta construção, assiste-se a uma união entre a tradição burguesa espanhola (usando pedra extremamente barata) e a tradição árabe secular. Gaudí criou algo original ao construir esta casa: começou em estilo espanhol, tornando-se cada vez mais árabe ou talvez até persa, à medida que ia crescendo em altura, sendo difícil definir com exactidão o seu estilo.”

Como dito acima, trata-se do primeiro projeto do Gaudi, fica numa região zero turística, zero movimentada e numa rua bem estreita e escondida. É até fácil de passar reto pela construção se não estiver procurando ou prestando atenção. Estava marcado para às 10hs, mas como cheguei cedo, fui dar umas voltas pelas redondezas e confesso que amei a região. Muitas lojas interessantes, restaurantes e prédios diferentes.

No horário, entrei para uma visita bem tranquila porque essa casa, ao contrário da Batló e da Pedreira, não é muito visitada pelos turistas. Mas a casa é linda, super interessante e rendeu ótimas fotos. Ela não é tão maluca quanto as outras, mas é bem colorida e já trazia idéias brilhantes. A visita durou apenas meia hora e de lá eu segui despretensiosamente andando em direção ao Museu do Egito, porque tinha algumas encomendas para comprar por lá.

Como a próxima atração seria só à tarde, eu estava sem pressa e foi uma delícia flanar por Barcelona sem mapas. Às 13hs tinha de estar na Sagrada Família, então, fui andando em direção àquela região em busca de um restaurante. O problema é que se almoça super tarde em Barcelona e eu realmente queria me alimentar antes de visitar a igreja, para não ter pressa de sair. Acabei me deparando com um restaurante bem transadinho, numa vibe oriental. Não estava com vontade de comer lanche, então pedi um curry com frango e arroz. Foi um erro porque estava extremamente apimentado – fiquei até com medo de passar mal, mas deu tudo certo.

Então, segui andando em direção ao cartão postal da cidade e, assim como a Torre Eiffel em Paris, entre as árvores, lá estava ela: a Sagrada Familia, com muitos andaimes, obras acontecendo, mas também com muita modernidade e diferente de tudo o que eu já tinha visto. “É um grande templo católico da cidade de BarcelonaCatalunhaEspanha, desenhado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí, e considerado por muitos críticos como a sua obra-prima e expoente da arquitetura modernista catalã. Financiado unicamente por contribuições privadas, o projeto foi iniciado em 1882 e assumido por Gaudí em 1883, quando tinha 31 anos de idade, dedicando-lhe os seus últimos 40 anos de vida, os últimos quinze de forma exclusiva. A construção foi suspensa em 1936 devido à Guerra Civil Espanhola e não se estima a conclusão para antes de 2026, centenário da morte de Gaudí.

A construção começou em estilo neogótico, mas o projeto foi reformulado completamente por Gaudí ao assumi-lo. O templo foi projetado para ter três grandes fachadas: a Fachada da Natividade, quase terminada com Gaudí ainda em vida, a Fachada da Paixão, iniciada em 1952, e a Fachada da Glória, ainda por completar. Segundo o seu proceder habitual, a partir de esboços gerais do edifício Gaudí improvisou a construção à medida que esta avançava. O templo, quando estiver terminado, disporá de 18 torres: quatro em cada uma das três entradas-portais, a jeito de cúpulas; irá ter um sistema de seis torres, com a torre do zimbório central dedicada a Jesus Cristo, de 170 metros de altura, outras quatro ao redor desta, dedicadas aos evangelistas, e um segundo zimbório dedicado à Virgem. O interior estará formado por inovadoras colunas arborescentes inclinadas e abóbadas baseadas em hiperboloides e paraboloides buscando a forma ótima da catenária. Estima-se que poderá levar no seu coro 1 500 cantores, 700 crianças e cinco órgãos. Em 1926, ano em que morreu Gaudí, apenas estava construída uma torre. Do projeto do edifício só ficaram planos e um modelo em gesso que resultou muito danificado durante a Guerra Civil Espanhola. Desde então prosseguiram as obras: atualmente (2024) estão terminados os portais da Natividade e da Paixão, e foi iniciado o da Glória, estando em construção as abóbadas interiores. A obra realizada por Gaudí — a fachada da Natividade e a cripta — foi incluída pela UNESCO em 2005 no Sítio do Património Mundial.

A real é que, por fora, eu já havia visto 1000 fotos do lugar e já sabia o que esperar. É claro que é perfeito e maravilhoso e eu fiquei um tempão admirando cada detalhe, mas eu estava curiosa em como seria por dentro. Dei a volta na igreja, numa muvuca imensa de turistas misturada com trabalhadores da obra e em pouco tempo estava passando pelo detector de metais. A segurança é ferrenha por lá. Baixei o áudio guide e comecei a minha incursão à igreja mais famosa do mundo.

E... fiquei absolutamente impressionada com o seu interior. Moderno e ao mesmo tempo lúdico... Me denti numa floresta das fadas feita com papel machê. Parecia que a qualquer momento um unicórnio entraria pelas portas. Apesar de as colunas serem imensas, e de pedra, elas parecem de papel! Gaudi construiu a igreja como se seu interior fosse uma floresta e as árvores sustentam o teto (detalhe que ele está enterrado na cripta). É muita beleza e muita imaginação. E o que mais me impressionou foram os raios de sol entrando pelos vitrais laterais e formando luzes coloridas que parecem dançar. Sem dúvida, a obra humana mais linda que já vi!

Fiquei em torno de 1 hora por lá e depois segui para o Hospital San Pau, que ficava nas redondezas. Eu já tinha o ingresso comprado, mas ele não tinha um horário certo marcado, o que é um alívio! “Foi projetado em estilo modernista catalão em 1901 pelo arquiteto catalão Lluís Domènech i Montaner, tendo sido terminado em 1930. Desde 1997, está inscrito como Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.”

Confesso que não esperava muito do local e não tinha grandes expectativas. Mas, quando vi a fachada, já fiquei encantada, e eu certamente não fazia idéia da imensidão que era o lugar. O estabelecimento funciona há 600 anos como hospital público. Mas foi no final do século XIX, com o crescimento da cidade, que resolveram expandi-lo e revitalizá-lo. E aí chamaram o arquiteto Lluís Domènech i Montaner, que é o mentor de Gaudí. O resultado é incrível, muitas cores e desenhos que nada lembram um hospital.

Lá é ótimo também porque é pouco conhecido e visitado pelos turistas, então estava bem tranquilo e vazio. São muitos prédios, muito o que ser visto, mas também tem tomadas para carregar o celular (eu estava precisando), sombra para nos proteger do calorão e inúmeros banheiros. Portanto, a real é que eu estava sem pressa nenhuma para seguir para o meu próximo destino.

Mas, já no final do dia, segui para uma saga: o Mercado de los Encants “é um mercado centenário tradicionalmente organizado de maneira informal na rua ao ar livre. O espaço para a nova localização do mercado, não longe da atual, se situa na confluência da avenida Meridiana e a praça das Glorias”. Bom, trata-se de um bazar/brechó permanente e imenso que fica dentro de uma estrutura igualmente imensa. Eu confesso que achei que seria melhor, porque a real é que parece a Feira da Madrugada do Brás, mas foi interessante.

Andei cerca de 1hora pra ir e a mesma coisa para voltar para o hotel. Mas fiz alguns achados por lá, porque quem garimpa, também acha. A maioria das barracas vende roupas e utensílios usados, mas eu consegui encontrar acessórios muito bonitos e a preços muito mais convidativos do que os da Feira do Rastro em Madrid.

Cheguei no hotel morta, porque o calorão estava demais e eu estava absurdamente suada. Mas foi um dia incrível!

Nenhum comentário:

Postar um comentário