quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

VIAGEM - ESPANHA - BARCELONA - DIA 03

Barcelona é uma cidade cujos principais atrativos pagos foram idealizados por Antoni Gaudí. Ele é o responsável pela minha mini falência nessas férias! Arquiteto nascido em 1852 em Tarragona, ele é considerado um dos principais expoentes do Art Nouveau (movimento que eu apenas amo). Super criativo e original, suas obras lembram o Castelo Rá-Tim-Bum e Hogwarts (sim, ambos inspirados em Gaudí). Ele mistura em sua arte elementos orientais, árabes e góticos e tem um estilo nunca visto em lugar algum. 

E por toda Barcelona, e também em outras cidades, você vai se deparar com obras dele e você vai ter que pagar para visitar porque valem MUITO a pena. Algumas das construções são mais emblemáticas e obrigatórias, como a Sagrada Família, outras, não são tão conhecidas porque são particulares e não tão visadas no circuito histórico. Com 9 noites na cidade, eu busquei visitar a maior quantidade possível de lugares projetados por Gaudí e vou mostrar por aqui um tiquinho das maravilhosidades que vi. 

Nesse dia em particular, eu fui conhecer 3 das residências projetadas por Gaudí. Acordei às 7hs, me aprontei e logo saí para o meu café da manhã delícia com meu amado croissant de mascarpone. A Rambla estava super tranquila, então, me foi permitido desfrutá-la pela primeira vez! De lá fui andando bem devagar ao meu primeiro destino, que ficava no Passeig de Gràcia, uma avenida que me lembrou demais Paris!! Impressionante! Tirei muitas fotos e fiquei muito maravilhada com a arquitetura do local. 

O primeiro destino a ser visitado, agendado para as 09:15hs, foi a Casa Batlló. Um ricaço da época, Josep Batlló, adquiriu em 1903 uma casa no Paseo de Gracia, um dos endereços mais chiques de Barcelona na época. Esse edifício datava de 1877 e, veja, havia sido construído por Emili Salas Cortès, antigo professor de arquitetura de Gaudí e dizem que a sobriedade da casa contrastava com a exuberância da vizinha Casa Amatler (também visitada por mim). 

Por isso, Batlló contratou Gaudí para transformar a residência. A princípio, a idéia era demolir tudo, mas o arquiteto convenceu o proprietário a manter a estrutura, aumentar alguns pavimentos e fazer uma reforma completa e super radical. O primeiro pavimento seria dedicado à residência da família e os demais, alugados/vendidos. E, tal qual as demais obras de Gaudí, a reforma uniu funcionalidade com excentricidade e o resultado foi um espaço alegre, dinâmico e cheio de elementos da natureza, que é a sua principal característica. 

No interior do edifício, temos muitos espaços amplos, que facilitam a circulação de ar e entrada de luz. Os azulejos vitrificados, além de serem lindos, ampliam a noção de luminosidade. Arquitetura e obra de arte se fundem. Achei o lugar impressionante de lindo e muito apinhado de gente - é o mais famoso e, por isso, o mais cheio de turistas que não andam porque ficam no áudio guide ouvindo explicações sobre os cômodos. 

De lá, a próxima parada seria a Casa Amatler, que é exatamente ao lado da Batló. Mas a visita estava agendadas para as 11hs e eu tinha cerca de 1 hora para matar. Então, fui flanar pela região, onde me deparei com as mais lindas construções! 

Às 11hs, segui para o próximo destino que fica super pertinho: Casa Amatler. Logo de cara, deu pra ver que o lugar é muito menos turístico, pelo simples fato de que eu fiz um tour particular. Ao contrário da Casa Batló, eu não posso me aventurar pelos cômodos sozinha, tenho que estar acompanhada. E eu imagino o motivo, já que a residência ainda está do mesmo jeito que estava quando o último membro da Família Amatler morreu. 

Nascido em Barcelona em 1851, Antoni Amatler i Costa assumiu o negócio de sua família: produção de chocolates, famosos desde meados do século XVIII. Quando assumiu a direção, não só viajou por toda Europa em buscas de obter maior conhecimento sobre a produção de chocolates, como investiu pesado em publicidade, chegando a contratar Alfonsus Mucha  para desenhar os cartazes e as embalagens (que são de enlouquecer de tão lindos!). Essas iniciativas alavancaram os negócios e Antoni resolveu investir a grana em imóveis. A Casa Amatler foi reformada pelo arquiteto Puig i Cadafalch, que a transformou integralmente e implementou o estilo Art Nouveau. 

A reforma terminou em 1900 e lá Antoni e sua filha viveram por muitos anos. Ele casou-se e teve 2 filhas, mas separou-se seis anos depois e uma das filhas acabou falecendo. Quando o tour termina, você se depara com um café e uma loja que vende os Chocolates Amatler, que são produzidos até hoje! A fábrica foi vendida porque a única filha do Antoni morreu solteira, mas os novos proprietários mantiveram a estética das embalagens e os chocolates são deliciosos! Acabei almoçando por lá, um sanduiche de frango com brie. 

O dia havia se iniciado meio nublado e eu estava com a falsa esperança de que o calorão daria uma trégua. Mas a real é que, no final, foi um dos dias mais quentes da viagem e eu fiquei das 12-15hs flanando pela região debaixo de sol. Quando fiz os agendamentos das casas, não tinha idéia da distância e de quanto tempo seria a visita em cada uma. Se soubesse, certamente teria marcado as 3 para a parte da manhã. Acabei ficando um tempo entrando e saindo das lojas na região e também explorando ruas vizinhas. Apesar de tudo, acabou sendo ótimo porque eu tirei lindas fotos da arquitetura local e fiz tudo com muita calma. Mas, em determinado momento, como nos outros dias, eu já estava empapada de suor. 

Às 15hs, tinha ingresso para a Casa Milá ou A Pedrera (ganhou esse apelido porque a fachada é toda de pedra). Eu amo que as construções de Gaudí têm nome! Antes de mais nada, vamos à história desse lugar mágico. Pere Milà e Roser Sergimon eram um casal que, a exemplo dos demais de classe alta no início do século XX, viviam na região do Paseo de Gràcia em Barcelona. O marido era um dandi e proprietário da Praça de Toros e a esposa, uma viúva em seu segundo casamento (o primeiro marido era indiano, 38 anos mais velho e lhe deixou uma verdadeira fortuna!). 

Com essa grana toda, eles compraram um edifício no Paseo de Gràcia e contrataram o arquiteto Antoni Gaudì, que à época estava terminando a reforma da Casa Batlló. Gaudí, como um grande excêntrico que era, aceitou o desafio, mas com a condição de que pudesse trabalhar livremente. E o resultado, vocês estão vendo nas fotos! O espaço todo foi projetado pensando em absolutamente tudo. Formas orgânicas, muitos vãos livres, elevadores, espaços que poderiam ser modificados e transformados ao longo do tempo e de acordo com a necessidade dos inquilinos e proprietários.

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O terraço é uma extensão do que Gaudí vinha fazendo na Casa Batlló e no Parque Güell. O espaço é tomado por esculturas e torres enormes. Dá para ver que nenhum lugar foi poupado! De todas as casas visitadas, essa é a maior e a que tem mais detalhes para serem contemplados. No sótão, por exemplo, tem uma espécie de museu da construção do edifício, com muitas maquetes, inclusive. 

Com o circuito de visitas completo, da Pedrera eu fui descendo em direção à Rambla, entrando em todas as lojas do caminho para pegar um pouco de sombra e ar condicionado. Já na Rambla, parei no Mercado Boqeria para tomar um delicioso e refrescante suco de manga, que estava uma delícia. Entrei no Bairro Gótico e segui em direção à praia. 

Cheguei na famosa Estátua de Cristóvão Colombo e me deparei com uma feirinha vintage, onde fiz algumas compras (voltei noutro dia e comprei mais!!). Segui pela orla em direção ao shopping e fiquei maravilhada com a vista - percebi que não tirei fotos! A promessa era encontrar ar condicionado, banheiro e jantar por lá, mas no final das contas, apurei que não havia restaurantes no shopping. 

Então, acabei saindo de lá antes do previsto e indo ao Carrefour próximo ao hotel, na Rambla, onde comprei uma deliciosa salada e alguns complementos e fui comer no quarto do hotel. 

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