sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

VIAGEM - ESPANHA - MADRID - DIA 04

Acordei às 7hs e, tomei banho e café da manhã no quarto. Ás 8hs saí em direção ao encontro com o pessoal do Get Your Guide, que seria bem próximo de onde eu estava.

Às 9hs o guia Oscar levou o pequeno grupo para uma van super confortável que tinha até tomada para carregar o celular – isso é uma bênção enorme para um viajante!! Ele passou o caminho todo contando histórias e detalhes sobre os locais a serem visitados e sobre a cidade, foi muito bom. E, meia hora depois, estávamos em San Lorenzo de El Escorial para visitar o mosteiro.

O Mosteiro foi construído pelo Rei Felipe II e eu fiz durante a visita várias anotações – bem nerd mesmo! Uma pena não poder tirar foto do interior, porque (spoiler) foi um dos lugares mais impressionantes visitados em toda a viagem! “O Mosteiro do Escorial (em castelhano: Monasterio de El Escorial ou, na sua forma oficial completa, El Real Sitio de San Lorenzo de El Escorial) é um grande e complexo edifício (inclui paláciomosteiromuseu e biblioteca) localizado em San Lorenzo de El Escorial, município situado 45 km a noroeste de Madrid, na comunidade autónoma homónimaEspanha.

O Rei Felipe era católico, erudito, mas flertava demais com o esoterismo. Ele se auto-equiparava ao Rei Salomão e quis tentar fazer por ali uma cópia do Templo, que, para falar a real, ninguém sabe muito como era. Inclusive, acredita-se que o Muro das lamentações em Israel seja uma parte do Templo de Salomão!

O primeiro local visitado pelo grupo foi a biblioteca, que tem muuuuitos livros e todos dourados – uma questão de estética. O curioso é que todos os livros estavam ao contrário e isso se deve a 2 motivos: 1. a parede é mais úmida, então, deixar ao contrário, evita o perecimento das obras, 2. desse jeito, fica impossível ler os títulos, o que era muito providencial, pois muitos deles eram proibidos! Outra coisa legal é que tanto o Escorial quanto o Vale dos Caídos foram construídos num local onde existe um alto grau de magnetismo. E o rei Felipe II acreditava que isso era um sinal!

biblioteca - foto Google 

A visita seguiu para outros cômodos. Vale dizer que o local visitado não é e nunca foi uma residência real, mas sim um assento onde os reis passavam temporadas. O que eu não sabia era que o melhor estava por vir. Na verdade, por ser um lugar onde não se encontram muitas fotos, eu não sabia muito o que veria por lá e, de repente, após descer inúmeras escadas, me deparei com o panteão real!! Por lá, há inúmeros túmulos em mármore de membros da família real – infantes principalmente. Eu amei demais!!

alguns túmulos reais - Google
túmulos dos bebês reais

Há algumas ante salas e você vai descendo cada vez mais até se deparar com a sala principal, que é onde estão os túmulos de TODOS os reis e rainhas espanhóis! O curioso é que não há mais espaço para mais nenhum túmulo, então, eles não fazem idéia do que vai acontecer quando o rei atual morrer!

cripta real - foto Google

Uma curiosidade é que lá no Mosteiro há muitas relíquias. Tinha mais ainda, mas o Napoleão saqueou o local e levou consigo muitas delas. E os reis, quando ficavam doentes, se cercavam dessas relíquias todas, inclusive, ficavam com o braço de Sta Thereza na cama. Outra curiosidade é que o rei Felipe II, idealizador do lugar, está enterrado bem debaixo do altar.

Muito bem. Voltando para o circuito, saindo desse local surpreendente, porque realmente não esperava tanta informação legal e ver o panteão da família real, tivemos uns minutinhos na mini cidade para tomar um café. Eu comi um folheado. Seguimos, então, para o próximo destino, que seria ainda mais incrível!

O Vale dos Caídos “é um memorial franquista monumental e basílica erguida entre 1940 e 1958, a cerca de 40 km de Madrid, no município de San Lorenzo de El Escorial, em memória dos nacionalistas mortos na Guerra Civil Espanhola, de 1936-1939. Foi mandado erigir pelo ditador espanhol Francisco Franco, que, apesar de não ser uma vítima da Guerra Civil, estava enterrado no Vale juntamente com outros 33 872 combatentes nacionalistas da Guerra Civil. O corpo de Franco foi exumado após muitos anos de controvérsia daqueles que defendiam que Franco não deveria de estar sepultado neste cemitério porque não foi vítima da guerra civil espanhola.

Inclui uma basílica escavada dentro da rocha, na qual estão sepultados os mortos de ambos os lados que se enfrentaram na citada guerra. No mesmo complexo há uma biblioteca e uma abadia beneditina. Sobre a colina que se sobrepõe à basílica, encontra-se uma cruz monumental que pode ser acedida pelo Funicular do Vale dos Caídos.”

Agora, vamos ao que é realmente impressionante: o local é como se fosse um túnel de metrô, só que muito mais largo, e foi esculpido à mão por trabalhadores forçados. Não tinha o tatuzão do metrô!!! E o lugar é imenso e muito impressionante. É realmente muito impactante... foi um dos lugares mais incríveis em que já pisei na vida!

Franco já foi retirado de lá e muitas famílias estão fazendo o mesmo com seus parentes. E isso, provavelmente, se deve ao fato de que o lugar está com seus dias contados. Muita umidade, muita infiltração e o fato de ser uma região sísmica, estão ameaçando a estrutura do Vale dos Caídos que, literalmente, irá cair!

De volta a Madrid, tinha muita coisa para digerir sobre o que havia visto. Queria estudar mais sobre A Guerra Civil Espanhola, sobre a monarquia , mas a verdade é que eu ainda tinha a tarde toda pela frente e era meu último dia na cidade. Então, fui aproveitar. Às 14hs almocei numa lanchonete na própria Gran Via. Comi um sanduiche de lula que, antes de mastigar já sabia que me faria mal, porque estava muito gorduroso. Foi uma das piores refeições da viagem.

De lá, saí andando num calor infernal em direção ao Museu Arqueológico. Claro que o almoço deu ruim e eu tive uma mega dor de barriga e um piriri imenso. A sorte é que deu tempo de chegar no museu, onde passei mais tempo dentro do banheiro do que visitando as grandes descobertas locais.

Deixando essa questão de lado, devo dizer que o museu é realmente muito incrível e vale demais a penas visitar. O primeiro andar conta com muita coisa da pré história, o 2º andar já vai para a Idade Antiga, com muita influência romana, celta, visigótica, árabe, etc – todos os povos que, de alguma forma, tiveram algum tipo de atuação na Espanha. Inclusive, por lá, vi a Incrível Dama de Elche, que era o principal motivo de estar visitando o local.

Quando acabei de ver tudo e tive certeza de que não precisaria mais usar o banheiro, saí do museu e segui em direção ao hotel para arrumar as minhas malas. Mas antes, parei no Brechó Amores Eternos, que é muito legal. Inclusive, conversei bastante com a Cristina, sua dona, que é uma querida. Acabei comprando um vestido lindo e algumas presilhas. E essa foi minha passagem pela incrível Madrid.