Vamos começar do começo. Em julho do
ano passado, quando a embaixada americana aqui em São Paulo voltou a funcionar
– depois de muito tempo fechada por ocasião da pandemia -, eu fiz a inscrição para
renovação do meu visto. Mas, naquela época, consegui o agendamento apenas para
dezembro/2022, o que não era viável, porque pretendo viajar em outubro.
Desde então, minha única chance era uma
desistência, o que parecia muito complicado, já que muita gente estava na mesma
situação que eu. Foi quando eu fui informada que as embaixadas em Brasília e
Rio de Janeiro tinham datas disponíveis para março/2022. E foi aí que começou a
minha aventura!
Comprei uma passagem para Brasília para
o dia 19/03/2021, um sábado (voo LA3172 com saída para 08:10 de Congonhas). Já
que tinha que ir ao Consulado no dia 21/03, por que não aproveitar o final de
semana e conhecer a cidade? O voo foi super tranquilo e rápido, não tive nenhum
problema, ansiedade ou qualquer coisa que pudesse atrapalhar minha trip. E
cheguei em Brasília no Aeroporto JK em torno de 10hs.
O aeroporto é imenso e muito bonito.
Ele se assemelha muito ao Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos
aqui em São Paulo. Muitas opções de alimentação, lojinhas e muito espaço
disponível para sentar. Peguei minha mala na esteira (tive que despachar
gratuitamente porque o voo estava cheio) e segui para o ponto indicado para
pegar um Uber. Muito organizado! Cerca de 15 minutos depois, já estava no
hotel.
No caminho, pude perceber que a cidade
é muito bonita, muito arrumada, bem cuidada e especialmente muito verde. Fiquei
bem impressionada e, desde já, digo que superou muito as minhas expectativas. A
cidade é dividida por setores e o meu hotel St. Paul Plaza, ficava no Setor
Hoteleiro Sul. Isso significa que, no entorno, só tinha hotéis! Mas havia
também dois shoppings (um deles é onde fica o CASV americano) e a poucos passos
dali eu já estava no grande jardim que separa a asa sul da asa norte. Ou seja,
extremamente bem localizado.
Apesar de o check in ser apenas às
14hs, assim que cheguei no hotel já pude subir para o meu quarto: 1311, um
andar abaixo da cobertura. Sem queixas do hotel, apenas elogios. O quarto era
maravilhoso, com duas camas, muito espaço, limpo, seguro e contava com uma
varanda bem grande com uma vista muito boa. Apenas alegria!!!
Larguei tudo por lá e já fui curtir o
meu primeiro dia na cidade. O objetivo nesse primeiro dia era sair do hotel e
seguir à direita no jardim do Burle Marx, com destino à Praça dos Três Poderes.
Comecei almoçando um poke na praça de alimentação no Shopping Brasil, que fica
na frente do hotel. Depois, segui a pé para o meu destino, já que do hotel dava
para ver o Congresso Nacional. Não vou dizer que seja impossível fazer esse
caminho, mas há alguns entraves.
O primeiro deles é que Brasília tem
poucas ruas em sua parte central, a maioria dos espaços é composto por avenidas
e imensos jardins. Isso significa que é muito difícil atravessá-las. É quase um
desafio. O segundo deles é o calor do cerrado!!! Como não tem poluição, o céu é
lindo e bem azulzinho, então, o sol é bem forte e castiga. Tem que tomar muita
água. E o terceiro é que as coisas ficam bastante distantes umas das outras e
não há refúgio no meio do caminho.
Dito isso, vale ressaltar que pouca
gente anda a pé em Brasília, talvez somente turistas despreparados como eu!
Atravesse a rodoviária – único lugar em que me senti levemente ameaçada, porque
conta com alguns nóias -, e logo estava andando na avenida em direção ao Museu
Nacional. Dos dois lados da avenida, há prédios bem antigos estilo quadradão,
que são os ministérios, então, ver as obras do Niemayer no meio dessa
arquitetura tão bruta, dá um contraste lindíssimo.
E de longe, a dupla Museu Nacional (que
parece a OCA do Ibirapuera) e Catedral, surgem como obras de arte. Comecei pelo
museu, que é gratuito e muito bonito por dentro (ótimo espaço para fugir do
calor e também aproveitar o banheiro). Por lá estava ocorrendo uma exposição de
fotos dos Índios do Xingú, que contava também com alguns objetos e esculturas.
A exposição em si não me arrancou suspiros, mas o prédio é lindíssimo por
dentro. Ah, por lá também tem uma galeria com quadros bem coloridos e
interessantes.
Saindo, logo do outro lado da rua, nos
deparamos com a Catedral. Muito moderna, muito diferente de tudo o que eu já
havia visto, esplendorosa e belíssima. Por dentro, o destaque, sem dúvida, são
os vitrais da Marianne Peretti – que vão aparecer em outros monumentos também.
A parte dos genuflexórios é simples e o altar mais ainda, mas os vitrais e as
esculturas penduradas no teto são absolutamente impressionantes. Está, sem
dúvida, entre os lugares mais lindos em que já estive.
De lá, de posse de mais uma garrafa
d´água, segui em direção à Praça dos Três Poderes. E..... andei MUITO até
chegar lá. E debaixo daquele sol forte, com pouquíssimas pessoas na rua, só
grama... foi cruel. No mais, vale a pena, porque o Congresso Nacional é
lindíssimo. Rendeu muitas fotos. Ele é muito imponente e super diferente. Ao
lado esquerdo, temos o Palácio da Justiça, e do direito, o Itamaraty. Não dá
para entrar em nenhum desses lugares, principalmente porque era sábado.
Atrás, temos a Praça dos Três Poderes.
Do lado esquerdo, o STF, do direito o Palácio do Planalto e no fundo, o Panteão
do Tancredo Neves. Como minha política nessa viagem (depois de me deparar com
as distâncias e com o calor) era entrar em todos os locais gratuitos que
tivessem banheiro e ar condicionado, segui visitando todos os lugares
disponíveis.
Comecei numa escadaria que dará para
uma maquete imensa do mapa de Brasília. O segurança me mostrou cada ponto e foi
ótimo porque me ajudou demais com a localização. Depois, fui para o Panteão do
Tancredo que, não fosse pela presença de mais um lindo vitral da Marianne
Peretti, seria o lugar mais mixuruca em que já estive.
De lá, já exausta e sem muito o que
fazer, resolvi chamar um Uber e ir até um Shopping mais distante, o Park
Brasília, que é da Rede Multiplan. O shopping é belíssimo, tem muitas lojas,
uma praça de alimentação ótima, (ar condicionado e banheiros!). Mas, a real é
que eu estava muito cansada por ter acordado cedo, ter caminhado tanto e meus
joelhos já estavam doendo. Então, em determinado momento resolvi voltar para o
hotel (após um donnut no Dunkin´Donut, claro!)
E meu dia foi esse! Lá pelas 16:30hs eu
já estava no hotel, exausta e feliz por ter completado meu roteiro turístico
proposto para o Primeiro Dia!