Spoiler: foi um
dos dias mais legais da viagem!
Acabei acordando
às 5hs e pouco porque o jetlag ainda estava pegando. Conseguimos nos aprontar e
sair umas 7:30hs, já que pegaríamos estrada para um destino beeeem legal: as
ruinas de Teotchuacán. E sabemos que o trânsito em qualquer lugar da CDMEX é
péssimo, as estradas são horríveis e mal sinalizadas, cheia de pedágios
confusos... enfim, faz parte e é até engraçado.
Na estrada já
avistávamos as placas e um cenário diferente, mas foi quando vimos o topo de
uma pirâmide ao longe que eu fiquei realmente empolgada! Uma pena que o dia
estava nublado - mas depois eu acabei visitando outras ruínas com o sol a pino
e concluí que o dia nublado era bem melhor!
“Teotihuacan,
foi um centro urbano da Mesoamérica pré-colombiana localizada na Bacia do México, 48 quilómetros a nordeste da
atual Cidade do México, e que hoje é conhecida como o
local de muitas das pirâmides mesoamericanas arquitetonicamente mais
significativas construídas na América pré-colombiana.
Além dos edifícios piramidais, Teotihuacan também é antropologicamente
significativa por seus complexos residenciais multifamiliares, pela Avenida dos
Mortos e por seus vibrantes murais que foram excepcionalmente bem preservados.
Além disso, Teotihuacan exportou um estilo de cerâmica e
finas ferramentas de obsidiana que conquistaram grande prestígio e
utilização generalizada em toda a Mesoamérica.
Acredita-se
que a cidade tenha sido estabelecida em torno de 100 a.C., sendo que os
principais monumentos foram construídos continuamente até cerca de 250
d.C. A cidade pode ter durado até algum momento entre os séculos VII e
VIII, mas seus principais monumentos foram saqueados e sistematicamente
queimados por volta de 550 d.C. No seu apogeu, talvez na primeira metade do
primeiro milénio d.C., a cidade de Teotihuacan foi a maior da América
pré-colombiana, com uma população de mais de 125 mil pessoas, tornando-se,
no mínimo, a sexta maior cidade do mundo naquela época. Teotihuacan começou
como um novo centro religioso nas terras altas mexicanas em torno do primeiro
século d.C. Esta cidade passou a ser o maior e mais populoso centro no Novo Mundo e
tinha até complexos de moradias de vários andares, construídas para acomodar
esta grande população. O local abrange uma área total de 83 quilómetros
quadrados e foi designado como Património Mundial pela UNESCO em
1987. As ruínas da cidade são o sítio arqueológico mais visitado do México.
Estacionamos o
carro num lugar bem vazio e tranquilo e de cara já vimos que o complexo era
imenso e com uma paisagem bem legal: muito mato, cactos, girassóis, grilos,
besouros e lagartos. Dizem que para percorrer tudo, são mais ou menos 4km!!
Resolvemos começar pelo lado direito, onde ainda estavam escavando e havia uma
porção de partes que estavam fechadas. Esse setor é o lado oposto das
pirâmides, acho que a gente querida deixar o melhor pro final!
Terreno bastante
complicado – ainda mais porque estávamos com o carrinho do Arthur – muito sobe
e desce, escadas... mas foi rolando. Conseguimos subir num primeiro monumento,
o Manolo, que dá para uma espécie de pirâmide pequena, super bem conservada. As
escadarias são bastante íngremes, mas a vista compensa. De lá de cima, é
possível avistar, inclusive, as Pirâmides do Sol e da Lua, porque o terreno é
bastante plano.
Depois de ver
essa parte do complexo, que fica no Portão 1 e é relativamente simples e
pequena, acessamos a Calzada de los Muertos, que tem uma extensão enorme e
percorre uma parte grande das ruínas, até chegar ao museu, que estava incluso
no ticket. O lugar é até que pequeno, mas ele contempla vários achados
escavados na região. Claro que o Museu de Antrolopogia (que fomos em outro dia)
é muito mais completo, mas eu achei bem legal. O que mais impressiona é em como
a cultura Azteca (a maia também) gira em torno da morte. Muitos dos artefatos
que encontramos por lá eram oferendas e foram encontrados dentro de covas.
Saímos do museu
(que tivemos que fazer em etapas porque o Arthur estava ligadão e não queria ir
ao museu), demos um pulo no banheiro, comemos um chocolate pra enganar o
estômago e partimos para a Pirâmide do Sol, que de todas as que eu vi na
viagem, foi a minha favorita. Bom, acho que empatou com a do Mago em Uxmal. Nesse momento já havíamos andado um bocado e
estava rolando uma garoa bem forte. Mas eu coloquei a capa e não tive problema
nenhum com isso.
Nós chegamos na
pirâmide pela lateral e fomos fazendo a volta até chegar na sua frente. E é
muito impressionante. Ela pode não ser a mais alta, mas a base dela é imensa!
Não dá para entrar nem subir. Mas dá para subir em alguns monumentos próximos e
tirar uma foto incrível. Eu acho que o clima também ajudou a tornar tudo mais
impressionante, porque ela fica numa região de terra e mato, tem um pessoal
(vendendo souvenires), que ficam imitando barulho de aves e chacais, e até o
clima nublado ajudaram a criar uma vibe diferente.
“A Pirâmide do Sol da maior das pirâmides da
cidade. A sua estrutura é a mais volumosa de todo o recinto e é também a
segunda em tamanho de todo o México, apenas superada pela Pirâmide de Tepanapa de Cholula. Está
orientada para o ponto exato onde o Sol nasce. Tem 65 m de altura e no vértice
superior existiu um templo. O seu núcleo é de adobe e era totalmente revestida
de estuque pintado. Estudos e escavações levados a cabo em 1971, conduziram à
descoberta de uma gruta sob a pirâmide. A partir desta gruta e através de
quatro portas dispostas como pétalas de uma flor, tem-se acesso a outras tantas
salas. O acesso à gruta é feito através de um poço com 7 m de altura situado
junto às escadas na base da pirâmide.”
Eu já estava bem
impactada, mas ainda tinha mais o que ver no complexo! Um pouco mais adiante
fica a Pirâmida da Lua, que é menor que a do Sol, mas como foi estabelecida
numa montanha, parece que elas têm a mesma altura. “Ainda que
menor que a pirâmide do Sol, a Pirâmide da Lua tem seus vértices à mesma
cota, pois está construída em terreno mais elevado. Tem uma altura de 45 m.
Junto a esta pirâmide foi encontrada uma estátua considerada deusa da agricultura,
que os arqueólogos acreditam ser da época tolteca primitiva. Esta pirâmide
situa-se bastante perto da pirâmide do Sol, fechando o lado norte do recinto da
cidade. Desde a sua esplanada inicia-se o percurso pelo eixo principal, a
Calçada dos Mortos.”
Nesse ponto,
demos de comer para o Arthur, depois ele vomitou, aí o Thiago e a Ana ficaram
bravos, aí ventou bastante, aí ele dormiu, rs!!! Aproveitamos e nos revezamos
para subir uma escadaria em direção ao Palácio de Quetzalpapálotl, também
conhecido como Borboleta Quetzal ou Borboleta
emplumada. “Trata-se provavelmente do edifício mais luxuoso e um dos mais
importantes da cidade. Terá sido a residência de um personagem notável e
influente. Encontra-se amplamente decorado com murais muito bem preservados,
sobretudo no que toca à cor vermelha que era a cor preferida desta civilização.
As zonas baixas do edifício conservam a cor original. Tem um pátio, chamado
pátio dos pilares; estes estão decorados com belos baixos-relevos.
No centro pode ver-se a representação do deus Quetzalpapalotl com os
símbolos que o relacionam com a água. Este palácio constitui um bom exemplo do
que deveria ser a decoração teotihuacana.
O Palácio dos
Jaguares está igualmente situado no lado oeste da praça da pirâmide da Lua. Em
ambos lados da porta da entrada veem-se duas imagens de felinos bastante
grandes, com as cabeças emplumadas; com as patas sustentam uma concha de
caracol, através da qual parecem soprar, como se de um instrumento musical se
tratasse. No dorso e na cauda são visíveis incrustações de conchas do mar. Na
bordadura da parte superior do mural podem ver-se os símbolos do deus da chuva
e num glifo veem-se,
como decoração, plumas que representam o ano solar teotihuacano”
Eu amei e fiquei
bem impressionada em como está tudo muito bem preservado. Por ali há algumas
lojinhas e eu aproveitei para comprar uma pulseira para a minha mãe. Depois de
termos percorrido toda a extensão, fizemos o longo caminho de volta para o
carro – é uma trilha bem extensa, com paisagem desértica e a Pirâmide do Sol
logo atrás. Fomos embora lá pelas 13hs e tivemos uma certa dificuldade para
encontrar restaurante na cidade.
Acabamos indo
parar num lugar pra lá de esquisito, que era uma graça porque ficava num
casarão lindo, mas tinha um menu fechado e meio misterioso. Eu pedi um frango
com mole, que estava louca para experimentar, mas mal acabei conseguindo comer
porque, sem dúvida, foi a comida mais picante de toda a viagem. Meu irmão pediu um troço esquisito e deixamos a sobremesa de lado porque a Ana encontrou
um mosquito na gelatina, rs! O Arthur brincou com o gato da casa e fomos embora
com fome e decepcionados!
Pegamos a
estrada de volta à cidade, sendo Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe. “O Santuário
de Nossa Senhora de Guadalupe é uma basílica
menor da Igreja Católica e santuário nacional do México. Dedicado
à Santíssima Virgem de Guadalupe,
está localizado no Monte do Tepeyac, na Cidade do México. É considerado o principal templo
da Igreja Católica no continente americano e um dos mais visitados do mundo,
recebendo cerca de 20 milhões de fiéis anualmente.
O santuário é
composto de várias igrejas e capelas, dentre elas as duas basílicas,
uma do século XVI, e outra de 1974, cujo projeto é do arquiteto
mexicano Pedro Ramírez Vásquez. Esta
nova basílica foi construída em razão do afundamento da Antiga devido ao
terreno movediço, pois a Cidade do México foi construída em cima de um
lago aterrado, o Lago de Texcoco.”
Bom, como era de
se esperar na CDMEX, o trânsito no entorno do Complexo é um verdadeiro caos e,
para a nossa surpresa, a região parecia uma mistura de Brás com 25 de Março.
Por sorte, há um estacionamento da própria basílica, que é subterrâneo e super
bom. Importante contextualizar que, nesse momento, o Arthur estava hiper chato!
Bom, subimos a
rampa de acesso às basílicas e os edifícios se apresentam assim: à direita a
parte velha e à esquerda a parte nova. A igreja velha é linda, mas é nítido que
ela tá caindo e é impossível ficar muito tempo lá dentro porque dá uma baita
vertigem. Ela está tombando para frente e toda escorada com vigas de metal. Nem
sei até que ponto aquilo está seguro!
Ao lado, tem a
Igreja dos Capuchinhos, que é uma graça por fora, mas bem modesta e pobrinha
por dentro. Nesse ponto, Arthur estava correndo livre leve e solto pelo
complexo e 3 patetas estavam atrás dele gritando pra não perder a criança. Num
determinado momento rolou um stress, com bronca e ele foi chorando pro
carrinho. Como ele já estava irritado e cansado, seguimos para a construção
nova que, na real, mais parece um palácio de convenções. Mas tem um certo
charme.
Compramos
medalhinhas de lembrança para a família, andamos um pouco por lá e voltamos
para o carro. A real é que a gente foi conhecer a basílica só pra dar “check”
no rolê, porque ninguém estava muito a fim. Lá pelas 19hs estávamos em casa,
lavamos roupa, descansamos um pouco, já que o dia havia sido de grandes
andanças e porque o Arthur estava com carisma zero.
Depois, pegamos
o carro e fomos até o Taco Naco – tinha um ao lado do hotel, mas o Waze queria
que a gente ficasse parado mais 1 hora no trânsito. A parte boa é que a comida
estava deliciosa! Pedi um burrito arranchera e o Tico e a Ana uma torta, que é
um sanduba com queijo e carne maravilhoso! Tomei também uma cerveja Tekate e
achei que foi uma excelente escolha. Todos comidos, a essa altura o Arthur já
tinha trocado de roupa por conta de um xixi inesperado, voltamos
para casa e eu acabei capotando antes das 22hs!