sábado, 25 de junho de 2022

DIÁRIO DE VIAGEM - RECIFE E SALVADOR - DIA 11

Eu já estou quase embarcando para o próximo destino e ainda não consegui terminar os diários da viagem feita em outubro do ano passado. Que vergonha! Bem, esse 11º dia de viagem, já no finalzinho, foi um mix de emoções. Eu diria que foi uma das melhores manhãs que tivemos e uma das piores tardes. 

O destino era a Ilha de Itamaracá, super recomendada pela minha mãe e por todos os blogs de viagem. Estávamos de carro. Encaramos uma das “ótimas” estradas de Pernambuco com destino ao litoral e pegamos um baita trânsito. O grande problema é que essas estradas passam por dentro das cidades, então, a velocidade acaba ficando bastante reduzida.

Chegando no local, de cara notamos que a ilha é BEM pobre e com recursos parcos. Seguimos em direção ao destino: Forte Orange. Fica em uma das pontas da ilha e a idéia era ficar por lá, visitar o forte e curtir a praia.

Primeiro, preciso falar da praia: paradisíaca. Uma das mais lindas que vi na vida. O mar é super calminho, quase uma piscina e a cor da água é um turquesa clarinho. Uma perfeição! A vista da praia é de tirar o fôlego e eu confesso que me vi no paraíso. A faixa de areia é bem estreita e a maré sobe bem rápido, à exemplo de outras praias em que havíamos estado no litoral nordestino. Mas pegamos uma mesa em uma barraca (super simples de moradores locais) e ficamos por lá.

Primeiro, e já que estávamos secos, fomos visitar o forte, cuja entrada é de graça e me surpreendeu demais! O nome oficial é Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá. é o maior forte em pedra do nordeste do país e começou a ser construído em 1631 como uma fortificação de campanha por forças holandesas. O local está super bem conservado, é muito bonito e ainda traz uma vista linda do litoral da ilha.

De lá, seguimos para a nossa mesinha à beira mar, onde enquanto curtíamos aquela vista e a água delícia, aguardávamos o almoço: anchova na brasa com camarão, arroz, batata frita, macaxeira e tudo o mais!  Estava delicioso!! E foi aí que terminou a parte boa do dia.

Lá pela 13:30hs resolvemos explorar outra parte da ilha: a Vila Velha, ponto mais alto da ilha e datado de 1535, local super histórico e cheio de pontos a serem vistos, como a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, considerada uma das mais antigas do Brasil, um antigo cemitério e as ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, dentre outros. Claro que a expectativa era alta!

O caminho até lá é incrível: mata atlântica perfeita! Muitas árvores nativas, vegetação e duas surpresas: uma preguiça e um sagui em seus habitats naturais! Mas ao chegar na vila, a decepção. Primeiro, o lugar não é pobre, mas miserável. Crianças e cães subnutridos, esgoto a céu aberto... uma situação realmente desesperadora. Depois, os tais monumentos não só eram inacessíveis, como acompanhavam a situação da vila.


A Igreja de Nossa Senhora da Conceição não só não tem nada demais, como está literalmente caindo! Rachaduras imensas acometem o local de lado a lado e eu não conto muito anos para esse monumento histórico ruir. Muita falta de atenção não só para a nossa população, mas também para a nossa história. Saí de lá muito triste e os três voltaram para a estrada em pouco tempo e em silêncio. Era a realidade brasileira dando um tapa nas nossas caras!


Mais algumas horas na estrada, num trânsito verdadeiramente infernal, e estávamos novamente em Recife. Arrumamos as malas e saímos para jantar num repeteco no Prarraxaxá!



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