A noite foi boa, mas eu ainda não havia me acostumado com o fuso horário, por
isso, acabei acordando bem antes do previsto. Às 7:50hs eu já estava pronta e
aguardando o restante da família para tomarmos nosso café da manhã, feito com
as compras do supermercado.
Saímos de casa lá pelas 9hs e andamos uns 20 minutos praticamente em
linha reta em direção ao metrô. Era domingo, então não tinha um movimento
muito grande nas ruas. A temperatura estava fresca e agradável. Na estação,
compramos um cartão e enchemos com o valor dos tickets de ida e volta de toda
galera e fizemos no guichê porque o toten não estava colaborando.
Andamos umas 5 estações em um metrô bem antigo, mas limpo e bem tranquilo
e seguimos em direção ao Zócalo, o coração da cidade. Quando subimos as
escadas, demos de cara com a Catedral – que bela maneira de começar conhecendo
a CDMEX, já que esse foi praticamente nosso primeiro dia de viagem.
A Praça estava toda enfeitada. A princípio, quando perguntamos, entendemos que se tratava de uma comemoração ao centenário da cidade, mas depois viemos a saber que não, que era mais uma comemoração inventada pela nova presidenta. De toda forma, o lugar estava lindo e havia uma porção de tapumes e carros do exército e pessoal fazendo a montagem da estrutura para o evento. Os prédios também estavam bem enfeitados.
Por lá, fizemos muitas coisas, a começar pela próprias Catedral, que de
frente não nos parecia tão torta quanto diziam, mas na hora que entramos, a
sensação foi bem diferente. “A Catedral Metropolitana da Assunção
da Virgem Maria aos Céus é uma das mais antigas catedrais católicas romanas do continente
americano. É a sede episcopal da Arquidiocese do México e, portanto,
a catedral
primacial do país. Foi construída sobre os escombros de um
templo asteca adjacente
ao Templo Mayor, no lado norte da Praça da Constituição (ou Zócalo,
como também é chamada), no centro da Cidade do México. A Catedral foi construída em
vários períodos de 1573 a 1813 a partir do primeiro templo cristão erguido no
local por ordem de Hernán Cortés logo após a conquista de Tenochtitlán.“
Como ela está num terreno pantanoso, a Catedral meio que está cedendo e no seu interior, pudemos ver uma série de obras de recuperação sendo realizadas – o que é muito positivo! Achamos a igreja muito interessante (uma das mais bonitas que vimos no México), mas muito distante das belezas de uma igreja na Europa ou até mesmo aqui no Brasil. Como os mexicanos são muito católicos, não conseguimos avançar muito ou tirar muitas fotos, porque há uma área dedicada às preces dos devotos.
Seguimos andando pela região e nos deparamos com edifícios super antigos
e muito coloridos. Acabamos parando numa praça muito gracinha, a qual abriga a
Igreja de Santo Domingo de Guzman, que é de 1526 e eu, particularmente, achei
muito mais interessante do que a Catedral.
Seguimos caminhando por um Zócalo que, a essa hora, já estava lotado de
turistas e de vendedores ambulantes. E esses vendedores comercializam mais
artigos chineses do que peças de artesanato mexicano, o que é uma pena. Aquilo fica parecendo um pouco do Brás em terras mexicanas. No
formigueiro, comemos milho gigante e temperado e também batata chips com limão,
que descobrimos ser uma delícia! Compramos numa barraquinha ao lado do Tempo
Mayor uns passarinhos de cerâmica, que enfeitam minha parede e demos um giro
geral pela região.
Ah, não posso deixar de dizer que havia na frente da Catedral um grupo de índios e que eu e a Ana pagamos uma quantia para recebermos uma bênção bem interessante. Se bem não faz, mal também não fará! Foi uma cerimônia até que demorada, mas gostei muito. Foi nosso primeiro contato com a cultura Azteca. Se bem que nem sei se dá pra chamar uma índia de unhas imensas e coloridas e um delineado azul forte de algo típico...
Também acabamos entrando num lugar que era uma espécie de Museu de
História Mundial (num anexo do Palácio Nacional). Entramos porque era de graça
e um edifício lindíssimo. Ficamos um tempo explorando as diversas salas e
setores que guardavam toda espécie de artigos, estátuas e objetos em geral do
mundo todo, mas réplicas, claro, como a Vênus de Milo, o busto de Nefertiti,
estátuas gregas e romanas, dentre outras coisas. Muito interessante, banheiro
limpo e o Arthur ainda se divertiu na fonte!
Com todos os pontos do roteiro já com “check”, seguimos para o último
deles e mais importante: Templo Mayor. “O Templo Mayor era um
dos principais templos dos astecas na sua capital Tenochtitlan,
atual Cidade do México. O seu estilo arquitetónico
pertence ao período pós-clássico mesoamericano. O
templo era chamado huey teocalli na língua
nauatle e estava dedicado a dois deuses em simultâneo, Huitzilopochtli,
deus da guerra e Tlaloc, deus da chuva e da agricultura, cada um deles com um
santuário no topo da pirâmide e cada um destes com a sua própria escadaria.
Medindo aproximadamente 100 por 80 metros na base, o templo dominava um Recinto
Sagrado. A construção do primeiro templo teve início algum tempo depois de
1325, tendo sido reconstruído posteriormente por seis vezes. O templo foi
destruído pelos espanhóis em 1521. O sítio arqueológico dos nossos dias
situa-se imediatamente a nordeste do Zócalo, ou
praça principal da Cidade México, na esquina entre as ruas Seminario e Justo
Sierra. Este sítio faz parte do Centro Histórico da Cidade do
México, adicionado à lista de Património Mundial da UNESCO em 1987.”
A fila estava imensa, mas estava andando rápido e a gente não tinha mais
o que fazer, então, fomos enfrentá-la. No hall de entrada, já compramos os
ingressos no totem, deixamos as mochilas no armário e seguimos para explorar um
mini museu subterrâneo. De lá, fomos para a parte externa, que são as ruínas
e que podem ser vistas de longe sem comprar nenhum ingresso. Com o ingresso, é
possível andar dentro dela. Interessante, mas eram ruínas mesmo, sem muito o
que se imaginar. Fica bastante complicado analisar como tinha sido a região
antes de ser destruída.
De lá, e ainda de posse do mesmo ingresso, entramos no museu e esse sim achamos que valeu muito a pena. São 6 andares (acho) dedicados a achados escavados na região. Muitas estátuas, jóias, objetos pessoais, e um pouco da história de como aquela sociedade se apresentava. Vale dizer que os Astecas foram o único povo que habitou com exclusividade o território mexicano. E todos recomendam a visita a esse museu antes de seguir para as ruínas de Teotchuacán, porque é uma espécie de introdução. Então, fizemos direitinho!
Famintos, porque a essa altura já eram 15hs, acabamos indo almoçar numa
pocilga. Não havia muita opção, essa é a verdade: ou restaurantes carésimos e
fora do nosso orçamento, ou locais com a higiene duvidosa. E já estávamos bem mau humorados e sem carisma, por isso acabamos entrando em qualquer um. Esse que escolhemos,
consistia numa taqueria, bem típica no México. Você pegava a comida e ia se
sentar numa das mesas coletivas, compridas, que tinham no salão. Mas o mais
interessante era que o salão tinha uma névoa de fumaça (que ardia os olhos) e o
chão era forrado com serragem, por causa da gordura. Dito tudo isso, a comida
estava completamente sem tempero, mas pelo menos foi barata e encheu a barriga!
Satisfeitos, seguimos andando ainda no centro, mas para um outro
ponto. Algo como sair da Igreja da Sé e ir até o Mercado Municipal. Entramos
numa avenida de calçadão repleta de lojas gringas, restaurantes e prédios muito
bonitos. Nos lembrou um pouco a Calle Florida em BsAs, mas muito maior. Nos
surpreendeu a quantidade de gente transitando na região em pleno domingo e,
nesse momento, sentimos a necessidade de segurar com mais atenção nossas
bolsas.
Por fim, chegamos ao destino final, que estava quase fechando. E que bom
que deu tempo! O Palácio de Belas Artes é um edifício Art Déco que foi palco do
velório da Frida e hoje abriga uma ópera. “É o principal teatro de ópera da Cidade do México. O edifício é famoso pela sua
arquitetura exterior, em estilo Beaux Arts utilizando
mármore branco de Carrara, e pelos seus murais interiores por Diego
Rivera, Rufino Tamayo, David Alfaro Siqueiros, e José Clemente Orozco.“
Se o exterior é lindo, o interior é de tirar o fôlego. Digo sem pensar que é um dos edifícios mais lindos em que já estive. E para quem, assim como
eu, é louca por Art Déco, se delicia por lá. Eu e a Ana subimos e exploramos o
local enquanto o Tico ficou no térreo com o Arthur, que estava dormindo no
carrinho, já que era proibida a entrada de carrinhos. Depois trocamos.
Aproveitamos o final de tarde para ligar pra casa, olhar o entorno, e
terminamos o passeio andando por fontes e parques ali perto. Muito
interessante ver a quantidade de gente que aproveita esses espaços e também
pessoas de todas as idades vestidas com trajes “chiques” dançando em pares as
danças mexicanas.
Seguimos para a Estação Hidalgo, que não é a mesma por onde chegamos, e
pegamos o metrô de volta para perto do Airbnb. Nesse momento, a estação estava
muito mais cheia do que de manhã, então, eu, a Ana e o Arthur experimentamos
pegar o último vagão, que é exclusivamente dedicado a mulheres e crianças.
Confesso que achei bem interessante e me senti mais segura.
Fizemos o mesmo caminho de volta, paramos num Oxxo, num Wallmart (já de carro) e fomos para casa descansar. Ah, curioso dizer que a garagem do Airbnb ficava na rua ao lado da portaria do prédio e a hostess não nos deu acesso. Então, sempre que chegávamos, eu descia e tinha que ir até o interfone hablar com o porteiro!!