quinta-feira, 14 de novembro de 2024

VIAGEM - MÉXICO - DIA 02 - CDMEX

A noite foi boa, mas eu ainda não havia me acostumado com o fuso horário, por isso, acabei acordando bem antes do previsto. Às 7:50hs eu já estava pronta e aguardando o restante da família para tomarmos nosso café da manhã, feito com as compras do supermercado.


Saímos de casa lá pelas 9hs e andamos uns 20 minutos praticamente em linha reta em direção ao metrô. Era domingo, então não tinha um movimento muito grande nas ruas. A temperatura estava fresca e agradável. Na estação, compramos um cartão e enchemos com o valor dos tickets de ida e volta de toda galera e fizemos no guichê porque o toten não estava colaborando.

Andamos umas 5 estações em um metrô bem antigo, mas limpo e bem tranquilo e seguimos em direção ao Zócalo, o coração da cidade. Quando subimos as escadas, demos de cara com a Catedral – que bela maneira de começar conhecendo a CDMEX, já que esse foi praticamente nosso primeiro dia de viagem.

A Praça estava toda enfeitada. A princípio, quando perguntamos, entendemos que se tratava de uma comemoração ao centenário da cidade, mas depois viemos a saber que não, que era mais uma comemoração inventada pela nova presidenta. De toda forma, o lugar estava lindo e havia uma porção de tapumes e carros do exército e pessoal fazendo a montagem da estrutura para o evento. Os prédios também estavam bem enfeitados.

Por lá, fizemos muitas coisas, a começar pela próprias Catedral, que de frente não nos parecia tão torta quanto diziam, mas na hora que entramos, a sensação foi bem diferente. “A Catedral Metropolitana da Assunção da Virgem Maria aos Céus  é uma das mais antigas catedrais católicas romanas do continente americano. É a sede episcopal da Arquidiocese do México e, portanto, a catedral primacial do país. Foi construída sobre os escombros de um templo asteca adjacente ao Templo Mayor, no lado norte da Praça da Constituição (ou Zócalo, como também é chamada), no centro da Cidade do México. A Catedral foi construída em vários períodos de 1573 a 1813 a partir do primeiro templo cristão erguido no local por ordem de Hernán Cortés logo após a conquista de Tenochtitlán.“

Como ela está num terreno pantanoso, a Catedral meio que está cedendo e no seu interior, pudemos ver uma série de obras de recuperação sendo realizadas – o que é muito positivo! Achamos a igreja muito interessante (uma das mais bonitas que vimos no México), mas muito distante das belezas de uma igreja na Europa ou até mesmo aqui no Brasil. Como os mexicanos são muito católicos, não conseguimos avançar muito ou tirar muitas fotos, porque há uma área dedicada às preces dos devotos.

Seguimos andando pela região e nos deparamos com edifícios super antigos e muito coloridos. Acabamos parando numa praça muito gracinha, a qual abriga a Igreja de Santo Domingo de Guzman, que é de 1526 e eu, particularmente, achei muito mais interessante do que a Catedral.

Seguimos caminhando por um Zócalo que, a essa hora, já estava lotado de turistas e de vendedores ambulantes. E esses vendedores comercializam mais artigos chineses do que peças de artesanato mexicano, o que é uma pena. Aquilo fica parecendo um pouco do Brás em terras mexicanas. No formigueiro, comemos milho gigante e temperado e também batata chips com limão, que descobrimos ser uma delícia! Compramos numa barraquinha ao lado do Tempo Mayor uns passarinhos de cerâmica, que enfeitam minha parede e demos um giro geral pela região.

Ah, não posso deixar de dizer que havia na frente da Catedral um grupo de índios e que eu e a Ana pagamos uma quantia para recebermos uma bênção bem interessante. Se bem não faz, mal também não fará! Foi uma cerimônia até que demorada, mas gostei muito. Foi nosso primeiro contato com a cultura Azteca. Se bem que nem sei se dá pra chamar uma índia de unhas imensas e coloridas e um delineado azul forte de algo típico...

Também acabamos entrando num lugar que era uma espécie de Museu de História Mundial (num anexo do Palácio Nacional). Entramos porque era de graça e um edifício lindíssimo. Ficamos um tempo explorando as diversas salas e setores que guardavam toda espécie de artigos, estátuas e objetos em geral do mundo todo, mas réplicas, claro, como a Vênus de Milo, o busto de Nefertiti, estátuas gregas e romanas, dentre outras coisas. Muito interessante, banheiro limpo e o Arthur ainda se divertiu na fonte!

Com todos os pontos do roteiro já com “check”, seguimos para o último deles e mais importante: Templo Mayor. “O Templo Mayor era um dos principais templos dos astecas na sua capital Tenochtitlan, atual Cidade do México. O seu estilo arquitetónico pertence ao período pós-clássico mesoamericano. O templo era chamado huey teocalli na língua nauatle e estava dedicado a dois deuses em simultâneo, Huitzilopochtli, deus da guerra e Tlaloc, deus da chuva e da agricultura, cada um deles com um santuário no topo da pirâmide e cada um destes com a sua própria escadaria. Medindo aproximadamente 100 por 80 metros na base, o templo dominava um Recinto Sagrado. A construção do primeiro templo teve início algum tempo depois de 1325, tendo sido reconstruído posteriormente por seis vezes. O templo foi destruído pelos espanhóis em 1521. O sítio arqueológico dos nossos dias situa-se imediatamente a nordeste do Zócalo, ou praça principal da Cidade México, na esquina entre as ruas Seminario e Justo Sierra. Este sítio faz parte do Centro Histórico da Cidade do México, adicionado à lista de Património Mundial da UNESCO em 1987.

A fila estava imensa, mas estava andando rápido e a gente não tinha mais o que fazer, então, fomos enfrentá-la. No hall de entrada, já compramos os ingressos no totem, deixamos as mochilas no armário e seguimos para explorar um mini museu subterrâneo. De lá, fomos para a parte externa, que são as ruínas e que podem ser vistas de longe sem comprar nenhum ingresso. Com o ingresso, é possível andar dentro dela. Interessante, mas eram ruínas mesmo, sem muito o que se imaginar. Fica bastante complicado analisar como tinha sido a região antes de ser destruída.

De lá, e ainda de posse do mesmo ingresso, entramos no museu e esse sim achamos que valeu muito a pena. São 6 andares (acho) dedicados a achados escavados na região. Muitas estátuas, jóias, objetos pessoais, e um pouco da história de como aquela sociedade se apresentava. Vale dizer que os Astecas foram o único povo que habitou com exclusividade o território mexicano. E todos recomendam a visita a esse museu antes de seguir para as ruínas de Teotchuacán, porque é uma espécie de introdução. Então, fizemos direitinho!

Famintos, porque a essa altura já eram 15hs, acabamos indo almoçar numa pocilga. Não havia muita opção, essa é a verdade: ou restaurantes carésimos e fora do nosso orçamento, ou locais com a higiene duvidosa. E já estávamos bem mau humorados e sem carisma, por isso acabamos entrando em qualquer um. Esse que escolhemos, consistia numa taqueria, bem típica no México. Você pegava a comida e ia se sentar numa das mesas coletivas, compridas, que tinham no salão. Mas o mais interessante era que o salão tinha uma névoa de fumaça (que ardia os olhos) e o chão era forrado com serragem, por causa da gordura. Dito tudo isso, a comida estava completamente sem tempero, mas pelo menos foi barata e encheu a barriga!

Satisfeitos, seguimos andando ainda no centro, mas para um outro ponto. Algo como sair da Igreja da Sé e ir até o Mercado Municipal. Entramos numa avenida de calçadão repleta de lojas gringas, restaurantes e prédios muito bonitos. Nos lembrou um pouco a Calle Florida em BsAs, mas muito maior. Nos surpreendeu a quantidade de gente transitando na região em pleno domingo e, nesse momento, sentimos a necessidade de segurar com mais atenção nossas bolsas.

Por fim, chegamos ao destino final, que estava quase fechando. E que bom que deu tempo! O Palácio de Belas Artes é um edifício Art Déco que foi palco do velório da Frida e hoje abriga uma ópera. “É o principal teatro de ópera da Cidade do México. O edifício é famoso pela sua arquitetura exterior, em estilo Beaux Arts utilizando mármore branco de Carrara, e pelos seus murais interiores por Diego RiveraRufino TamayoDavid Alfaro Siqueiros, e José Clemente Orozco.“

Se o exterior é lindo, o interior é de tirar o fôlego. Digo sem pensar que é um dos edifícios mais lindos em que já estive. E para quem, assim como eu, é louca por Art Déco, se delicia por lá. Eu e a Ana subimos e exploramos o local enquanto o Tico ficou no térreo com o Arthur, que estava dormindo no carrinho, já que era proibida a entrada de carrinhos. Depois trocamos.

Aproveitamos o final de tarde para ligar pra casa, olhar o entorno, e terminamos o passeio andando por fontes e parques ali perto. Muito interessante ver a quantidade de gente que aproveita esses espaços e também pessoas de todas as idades vestidas com trajes “chiques” dançando em pares as danças mexicanas.

Seguimos para a Estação Hidalgo, que não é a mesma por onde chegamos, e pegamos o metrô de volta para perto do Airbnb. Nesse momento, a estação estava muito mais cheia do que de manhã, então, eu, a Ana e o Arthur experimentamos pegar o último vagão, que é exclusivamente dedicado a mulheres e crianças. Confesso que achei bem interessante e me senti mais segura.

Fizemos o mesmo caminho de volta, paramos num Oxxo, num Wallmart (já de carro) e fomos para casa descansar. Ah, curioso dizer que a garagem do Airbnb ficava na rua ao lado da portaria do prédio e a hostess não nos deu acesso. Então, sempre que chegávamos, eu descia e tinha que ir até o interfone hablar com o porteiro!! 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

VIAGEM - MÉXICO - DIA 01 - CHEGADA NA CDMEX

Bem, nossa viagem tinha uma peculiaridade: o horário. A decolagem estava prevista para às 3:05hs da manhã, pela Copa Airlines, Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. O check in foi disponibilizado 24hs antes e eu estava Acordada porque o Toby estava em casa e causando. Assim, segui para os procedimentos. O péssimo é que se você não paga pelo assento do avião, tem que esperar até dar 3hs antes do voo para descobrir onde vai sentar, o que seria só quando chegasse ao aeroporto. Daí que como eu estava apavorada de passar horas sentada no meio de alguém, resolvi pagar pelos dois trechos – assentos 20D e 28C – o que deu, mais ou menos R$ 240,00. O bom é que a gente sentou tudo junto.

Apesar das minhas estratégias em fazer uma mala compacta, saí daqui com ela pesando cerca de 11kg. Às 17:30hs eu encerrei o expediente no escritório. No momento anterior à viagem, minhas maiores preocupações eram o peso da mala, a temperatura da Cidade do México e se ia rolar algum furacão no meio do caminho.

Saímos de casa às 21:15hs. O Arthur foi conosco e o Tico e a Ana pegaram um Uber. Acabamos pegando um baita trânsito na Marginal, por conta de um acidente, e eu até vi um presunto que não estava nos planos. No mais, chegamos às 23hs no aeroporto, passamos pelo controle de checagem de documentos e bagagem e ninguém pesou minha mala – ufa, ainda bem!!!

Passamos tranquilos pelo Raio X- naquela hora não tem muita gente – pela imigração e logo estávamos no Duty Free apenas checando. Lá pelas 00:00hs fomos para a sala VIP, onde eu comi uma salada com folhas e manga, comi algumas besteirinhas e ficamos passando o tempo. Eu estava morta de sono e o Arthur, ligadão! Ficou brincando na brinquedoteca e gastando energia. Eu já nem tinha nenhuma!

Fomos os primeiros a entrar no avião por causa do Arthur, o que foi ótimo, porque tivemos espaço de sobra para guardar nossas malas. O avião partiu às 3:20hs, com pouquíssimo atraso e o voo foi hiper tranquilo. A previsão era de 7hs de viagem, mas o comandante falou que seriam apenas 6hs, o que me deixou ainda mais feliz. Pra completar, o Arthur dormiu a noite toda, enquanto que eu, que estava morta de sono, consegui apenas cochilar um pouco.

Não teve jantar porque embarcamos de madrugada, mas às 7:40hs, horário de São Paulo, serviram o café da manhã – presunto com ovos mexidos e frutas, suco de laranja e café. E nesse momento, já estávamos quase chegando.

Chegamos no aeroporto da Cidade do Paramá às 7:27hs horário de lá. Descemos com tranquilidade e notamos que nosso portão (141) era bem próximo. Ficamos um tempo aguardando, correndo atrás do Arthur e, por fim, às 9:10hs embarcamos num avião com a mesma disposição do anterior, mas bem mais velho. Mas seriam apenas mais 4hs para chegarmos no destino final, então, apesar de cansada, eu estava bem animada.

A aeronave levantou voo às 9:50hs, horário local, pegamos um pouco de turbulência no início, mas depois tudo se acalmou. Almocei chile com uma espécie de polenta/pãozinho que achei que fosse tamale, mas depois que comi tamale de verdade, vi que não era. No mais, estava tudo bem gostoso. Ah, de sobremesa teve bolo de laranja.

O avião pousou no horário e a gente desceu num aeroporto super bonito e moderno. Descobrimos depois que ele é novo, não é o principal da cidade e ainda falta um pouco de infraestrutura para que ele funcione perfeitamente bem. Passamos pela imigração mais rígida da histórica, onde permanecemos por cerca de 20 min respondendo a perguntas diversas, depois ainda passamos por mais um controle de raio x, onde abriram as malas de todo mundo!

Seguimos para pegar o carro e foi um inferno porque estávamos todos muito cansados, o Arthur estava impossível e a empresa de aluguel não podia ser mais lenta.... Calculo que ficamos uns 40 minutos nesse processo.

Por fim, entramos num Dodge Attitude prata e pegamos a estrada. Confesso que não só para mim, mas para todos, rolou uma surpresa com relação às impressões iniciais sobre a Cidade do México. Imaginávamos que seria mais bonita e moderna do que São Paulo. Mas, nos deparamos com um favelão em cima de um morro, um teleférico que fazia o trajeto de lá de cima até os transportes públicos, muita pobreza, um trânsito infernal, falta absoluta de gentileza, enfim...

Chegamos no Airbnb que ficava num bairro muito bom e o prédio era uma graça. Aliás, dava para ver que o edifício era mais antigo e os apartamentos haviam sido remodelados. As acomodações se mostraram muito boas e ficamos bastante satisfeitos. A parte de pegar as chaves e entrar no prédio e na garagem eram um pouco antiquadas, mas os porteiros eram muito queridos e foi bem legal.

Deixamos as coisas no apê e fomos almoçar no Gabriel Taqueria, um dos lugares mais charmosos e gostosos de toda viagem.  Bem próximo do apê. Eu comi 2 tacos deliciosos e tomei uma água com gás. Foi nesse momento que descobrimos que a comida mexicana realmente pica horrores e vimos o Arthur chorar com a língua vermelha!!! Ah, o Arthur também pisou de crocs num coco humano e o cheiro nos perseguiu por um bom tempo. 

De lá, pegamos o carro e fomos até o Wallmart fazer compras para a casa, e de cara, vimos que o mercado não tinha nada a ver com a rede norte americana vizinha. Aliás, curioso que lá se paga estacionamento, mas também se paga para os flanelinhas que ficam lá dentro... De banho tomado e malas desmontadas, às 21hs eu estava "lista" para dormir – mal sabia que o fuso ia me acordar pouco tempo depois!