E depois de mais de
dois anos sem planejar uma viagem, finalmente chegou o dia de fazer as malas,
planejamentos e pegar um avião. Infelizmente não rolou uma trip internacional,
tanto em razão da pandemia, quanto do próprio valor do Dólar e Euro, mas eu estava
animada por finalmente conhecer o Nordeste brasileiro, região que sempre me
causou curiosidade, principalmente em razão das praias.
E
assim foi. O destino primário seria Salvador e o final, Recife. O primeiro e o
último trecho foram gratuitos, porque eu fiz uso das minhas milhas, e acabei
arcando só com o valor da passagem entre Salvador e Recife, trecho menor,
apenas 1 horinha de viagem. A trip seria feita com meu irmão e minha cunhada,
mas, como sempre, não conseguimos entrar no mesmo avião e teríamos de nos
encontrar no aeroporto de Salvador.
Saí
de casa antes das 09:00hs, porque o avião sairia de Guarulhos, era uma
terça-feira (05/10) e o tempo estava bem feio. Sem trânsito, antes das 10hs eu
já estava dentro do aeroporto. Como o voo só sairia 12:55hs, deu tempo de dar
um giro pelo aeroporto, lugar que não frequentava há tempos. Muita coisa havia
mudado, lojas novas, partes reformadas e o setor da Latam bem cheio! Acabei
despachando minha mala em cortesia porque a promessa era de um voo cheio e a dificuldade
de colocá-la no bagageiro de bordo.
Lá
pelas 10:30hs fui ao Starbucks forrar o estômago porque não iriam servir nada
no voo e eu chegaria em Salvador apenas às 15hs. Claro que ainda era muito
cedo, por isso só consegui ingerir um croissant e um chai late. Pouco tempo
depois, entrei no portal de embarque destinado aos voos domésticos que estava
bem cheio. Não tive problemas em passar pelo raio x, a não ser o fato de eu
estar cheia de pulseiras e ter que tirar uma a uma... coisas que a gente esse esquece
depois de dois anos de viagem.
Fiquei
bem impressionada com a imensidão do setor de embarque nacional, com a beleza e
com a quantidade de lojas e restaurantes. Já identificado o portão de embarque,
me arranjei num canto e comecei a ler Nada de Novo no Front. Embarquei às
12:35hs, fiz parte do penúltimo grupo e o voo realmente estava bem cheio, foi
bem bom que eu tenha despachado a mala, porque não tinha espaço e muita gente
acabou tendo que fazê-lo de dentro do voo, o que atrapalhou bastante.
Não
sei se fazia muito tempo que não viajava, mas eu estava bem incomodada dentro
do avião, sentindo muito calor, meio sufocada (a máscara não ajuda), e com uma
certa claustrofobia. Antes do voo levantar, começou a me dar um mini ataque de
pânico. Foi uma sensação bem ruim e que não tinha há bastante tempo, mas passou
rápido. Tentei me distrair com as séries que baixei e deu certo. Ao meu lado
estava um casal (ele de MG e ela de PE) e ele estava com tanto medo de voar que
eu acabei me preocupando mais em acalmá-lo e acabei me esquecendo do meu
desconforto.
O
avião lentou voo ás 12:50hs, o ar condicionado passou a funcionar melhor,
deixando a temperatura interna beeeeem mais agradável, mas um barulho bem alto
passou a me incomodar. Isso é o que acontece quando a gente acaba se
desacostumando com as coisas e 2 anos enfurnada dentro de casa não ajudou em
nada. A verdade é que fazia tanto tempo que não voava que nem sabia mais o que
era normal e o que não era.
Bem,
cheguei no aeroporto às 14:50hs e o fato de a saída do avião ter sido
escalonada foi uma idéia maravilhosa que me livrou de um dos meus maiores
pânicos a bordo, que é quando todo mundo fica em pé, pegando suas malas e a
porta ainda está fechada. Com essa nova idéia, a saída ficou super tranquila e
eu infinitamente mais feliz. Logo encontrei meu irmão e minha cunhada e saímos
a caça de um Uber. Logo descobrimos (e isso seria confirmado ao longo da
viagem) que é beeeeem difícil pegar um Uber em Salvador.
Mas
deu tudo certo, pegamos um motorista-piloto (os baianos correm demais), e como
são 60km entre o aeroporto e o Hotel (na Barra), conseguimos ter um vislumbre
da cidade, inclusive passamos na frente do Estádio Fonte Nova. Achamos a cidade
de um modo geral bem parecida com São Paulo, além de limpa, com asfalto decente
e bonita.
O
hotel ficava na Barra, bem na viradinha já indo para a Sete de Setembro,
subidona que nos leva ao centro da cidade. Rede Andrade Barra - R$ 1.937,00 – 6
noites o quarto para 3. O hotel em si era muito bom, muito bem localizado, com
café da manhã, piscina, uma linda vista para o mar e boa acomodações de uma
forma geral. Mas pecava na manutenção, na limpeza, havia apenas 1 elevador
funcionando para muuuuuuuitos hospedes e limite de gente dentro deles, etc. O
quarto era grande, mas apenas ok.
Acomodados,
saímos para um giro pela região e fomos direto caminhar pela orla no final do
dia. acabamos nos deparando com uma praia bem lotada, calçadão bem cheio, coco
a R$ 2,50 e um lindo pôr do sol com o Farol da Barra ao fundo. Aliás, fiquei
muito impressionada com a beleza do mar e do Farol da Barra a noite, todo
majestoso e iluminado. Minha primeira impressão do lugar foi a melhor possível.
Jantamos
camarão no Boteco do Caranguejo (um erro porque a porção era pequena e o valor
foi bem alto comparado com nossas refeições seguintes). Mas estava gostoso e
comer um peixinho com cerveja era tudo o que precisávamos depois de 2 anos
inteiros de aflições dentro de casa. Lá pelas 21hs voltamos para o hotel e
fomos descansar para estarmos preparados para o dia seguinte.